Exilados cubanos processam Netflix por difamação no filme 'Wasp Network'

Plataforma é acusada de retratar refugiados cubanos como 'terroristas e criminosos'; filme é baseado em livro de Fernando Morais e tem Wagner Moura no elenco; veja trailer

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Por EFE
Atualização:
Gael García Bernal e Penélope Cruz em cena do filme 'Wasp Network' Foto: Netflix

Um novo processo por difamação foi apresentado em Miami contra a Netflix, desta vez por José Basulto, fundador do grupo do exílio cubano Hermanos al Rescate, que acusa a plataforma de retratá-los como "terroristas e criminosos" no filme Wasp Network: Rede de Espiões.

O processo, que foi apresentado na semana passada em um tribunal de Miami por Basulto e Hermanos al Rescate, afirma que o filme, lançado na Netflix em junho de 2020 e que fala da infiltração de espiões castristas entre grupos exilados em Miami, não se baseia em uma "história verdadeira" porque está cheio de "mentiras descaradas" e retrata os membros desta organização como "terroristas que se envolveram em ataques criminosos" e "tráfico de drogas".

Wagner Moura integra o elenco do filme 'Wasp Network' Foto: Netflix

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Não só é uma "falsa representação que não tem base de fato", mas o longa-metragem, baseado no livro Os Últimos Soldados da Guerra Fria de Fernando Morais, tem uma aura romântica e "glorifica a atividade criminosa realizada pelos espiões da rede em solo americano", diz o processo.

Segundo os documentos aos quais a Agência Efe teve acesso, o filme, estrelado por Wagner Moura, Penélope Cruz, Edgar Ramirez, Gael García Bernal e Ana de Armas é "uma tentativa óbvia de reescrever a história" da Rede Vespa "a favor do regime comunista cubano".

Os cinco espiões cubanos que eram membros da Rede Vespa - que foi desmantelada em 12 de setembro de 1998 com a prisão de todos os membros - forneceram informações de inteligência que "permitiram ao governo cubano cometer execuções extrajudiciais", afirma o processo judicial, incluindo a morte de quatro pilotos da organização Hermanos al Rescate, que realizaram uma missão humanitária em fevereiro de 1996 para resgatar e ajudar os balseiros no mar a caminho dos Estados Unidos e foram abatidos "em águas internacionais" por aviões militares cubanos.

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Além disso, o documento, de 61 páginas, afirma que o filme "retrata falsamente como terroristas as organizações cubanas exiladas, aquelas que foram expulsas do seu país de origem devido às atrocidades cometidas pelo regime comunista cubano".

Cena do filme 'Wasp Network', com Edgar Ramirez Foto: Netflix

A ação coletiva também vai contra o francês Olivier Assayas, diretor do filme, e as produtoras Orange Studios, Nostromo Pictures, US One Comercio e Serviços de Criação e Producão de Obras Com Direitos Autorais, CG Cinema, Rodrigo, Charles Teixeira, Charles Gillibert e Lourenco Santana.

A primeira ação judicial contra a Netflix foi movida em outubro de 2020 pela exilada cubana Ana Margarita Martinez, cuja reputação, segundo ela, está "danificada" pelo filme, no qual é retratada "falsamente" por uma personagem de "estilo de vida luxuoso pago com dinheiro de drogas e atividades terroristas". 

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