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‘House of the Dragon’: Intrigas marcam segundo episódio tenso

Tramas familiares e políticas chamaram atenção no capítulo de ontem de ‘A Casa do Dragão’

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Por Mariane Morisawa
Atualização:

As sementes plantadas no primeiro episódio de A Casa do Dragão, ou House of the Dragon, começam a dar frutos no segundo capítulo da série derivada de Game of Thrones, exibido na noite de ontem na HBO e HBO Max. Pense numa tensão.

ATENÇÃO: O texto a seguir contém spoilers do segundo episódio de A Casa do Dragão, que estreou ontem na HBO e HBO Max. Leia só depois de assistir, ou siga por sua conta e risco.

Cena de 'House of the Dragon', série da HBO Foto: HBO

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E não foi uma só, não. Várias. Foi um episódio de intrigas e picuinhas, que acontece quase seis meses após os eventos mostrados no piloto. A ação ficou por conta dos dragões – quase rola uma guerra nuclear entre Rhaenyra (Milly Alcock) e seu tio Daemon (Matt Smith), que, narcisista como é, partiu batendo pé rumo a Pedra do Dragão, a terra dos Targaryen em Westeros. Claro que ele não ia simplesmente obedecer ao irmão, o rei Viserys (Paddy Considine), e reencontrar-se com a mulher em Pedrarruna.

E que dragões! É muito bacana como a série estabelece mais diferenças entre eles do que Game of Thrones tinha, não só em termos de cores, como formas, comportamentos e até suas maneiras de se exprimirem.

Mas realmente foi um episódio mais de drama. Voltando a Daemon, ele não apenas se abancou em Pedra do Dragão faz quase seis meses como, dobrando a provocação, rouba um dos ovos de dragão. Não um ovo qualquer, mas aquele que Rhaenyra tinha escolhido para Baelon, seu irmãozinho morto no parto junto com a mãe. Viserys, que estava passando um tremendo pano para o irmão, fica furioso. Mas Otto Hightower (Rhys Ifans) não deixa que ele caia na provocação e vai “negociar” em seu lugar. Vamos dizer que seus talentos como negociador não são lá muito eficientes, e é Rhaenyra quem salva o dia.

Logo no início do episódio, Rhaenyra, que foi nomeada herdeira do Trono de Ferro, mas continua servindo vinho e água para os membros do Pequeno Conselho, tinha sugerido usar os dragões para dissuadir o Engorda Caranguejo de suas ações em Passopedra, um conjunto de ilhas ao Leste de Dorne. Todo o mundo olha para ela com aquela cara de “quem essa garota acha que é?”. A princesa é então despachada para escolher o novo Senhor Comandante da Guarda Real. Ela quer alguém com experiência de batalha. E olha se o único com experiência de batalha não é o crush Sor Criston Cole (Fabien Frankel).

O episódio começa, aliás, com cenas de virar o estômago de homens – supostamente piratas – sendo comidos vivos por caranguejos. O Engorda Caranguejo, ou Craghas Drahar, estaria sendo financiado por pelo menos algumas das Cidades Livres. O Lorde Corlys Velaryon (Steve Toussaint), que tem sua fortuna graças ao comércio marítimo, está furioso. Mas Viserys não está preparado para começar uma guerra.

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Viserys também não está pensando em se casar novamente, mas, sendo rei, é seu dever. Velaryon e sua mulher, Rhaenys (Eve Best), prima do rei, oferecem sua filha Laena Velaryon (Nova Foueillis-Mosé), uma criança. Assim, as duas casas poderosas da Velha Valíria estariam unidas. Os dois são diretos: com Daemon reinando em Pedra do Dragão, o Engorda Caranguejo agindo sem freios, a indicação de Rhaenyra, uma mulher!, como herdeira e a falta de uma rainha fazem de Viserys um rei fraco.

A Casa do Dragão está mergulhada na política. Um governante não pode ser cruel, mas também não pode parecer frágil. Viserys é um bom homem, que tenta fazer a coisa certa e ser justo, sem começar brigas e guerras desnecessárias. Mas é visto como fraco. Resolve então seguir o conselho e casar-se novamente. Consegue até a aprovação de Rhaenyra, que entende ser seu dever. Mas aí Viserys anuncia que vai se casar com Alicent Hightower (Emily Carey). Ela, a mando do pai, continuava visitando o rei em seus aposentos. De uma só tacada, ele magoa a filha e começa uma guerra com Corlys e Rhaenys. Assim fica difícil te defender, meu rei.

Para quem espera batalhas e lutas, o segundo episódio foi morno. Mas quem gosta desse universo também por causa das intrigas familiares e palacianas vai ficar satisfeito.

- Quem aí acha que Daemon agora vai virar um bom menino? Ninguém. Ele é o agente do caos e, agora em aliança com o orgulhoso Lorde Corlys Velaryon, vai arrumar mais confusão para o reinado de Viserys.

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- Frase marcante: “Os pais não conhecem a linguagem das garotas”, diz Alicent a Rhaenyra, incentivando a amiga a tomar a iniciativa para conversar com Viserys. Mesmo ela sendo a herdeira, o rei não está fazendo um bom trabalho de consolá-la e de prepará-la para o trono.

- O prêmio de melhor diálogo, no entanto, vai para Rhaenys e Rhaenyra. “Eu compreendo a ordem das coisas. Não sei se você tem a mesma compreensão”, começa Rhaenys. No melhor espírito Daenerys, Rhaenyra diz: “Quando eu for rainha, eu vou mudar a ordem”. Rhaenys alerta que o rei vai se casar de novo, ter mais filhos, e um deles pode ser homem e tomar de Rhaenyra o trono. Rhaenys lembra que o conselho já teve a chance de mudar a ordem, mas não fez. E avisa: “Os homens prefeririam colocar fogo no reino a botar uma mulher no Trono de Ferro”.

- Rhaenys parece apenas uma mulher amarga por ter sido preterida, mas ela tem razão. É só observar o episódio. Rhaenyra desafia o tio Daemon, mas continua servindo vinho para os homens. Alicent vai ser obrigada a se casar com um homem muito mais velho, pai de sua melhor amiga. Misarya (Sonoya Mizuno) foi usada por Daemon para tentar atrair o irmão dele para Pedra do Dragão. E a pequena Laena quase virou rainha aos 12.

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- Elas estão quase todas à mercê de segundos filhos, ressentidos por não serem os primogênitos: Corlys Velaryon, Daemon Targaryen, Otto Hightower. Homens deixados de lado, dispostos a tudo para provar seu valor e manter seu orgulho intacto, são perigosos.

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