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‘Sempre que houver dinheiro, haverá disputa’, diz Kevin Costner sobre ‘Yellowstone’

Série traz bastidores do poder e no Oeste americano, inclusive disputas em grupos indígenas

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Por Lynn Elber
Atualização:
Entrevista comKevin CostnerAtor e produtor da série 'Yellowstone', da Paramount

LOS ANGELES (AP) _ Enquanto uma boa fatia da América aguardava o retorno da série de sucesso Yellowstone no domingo, 13, o astro Kevin Costner estava em Moab, Utah, explorando locais para mais um épico western, Horizon.

Os cerca de sessenta créditos em filmes de Costner, entre eles Campo dos Sonhos, O Guarda-Costas, JFK e Sorte no Amor, são uma mistura eclética de dramas, histórias sobre beisebol e uma ou outra comédia. Mas o western provou ser sua base criativa.

Seu primeiro papel de destaque veio em Silverado, de 1985, seguido por protagonismos em Danças com Lobos, sua estreia na direção vencedora do Oscar, Wyatt Earp e Pacto de Justiça, que ele também dirigiu. Costner está assumindo as funções de ator e diretor mais uma vez em Horizon, planejado para ser uma saga de quatro filmes sobre a migração para o oeste antes e depois da Guerra Civil.

Yellowstone, da Paramount Network, criado por Taylor Sheridan (A Qualquer Custo), já gerou uma prequela de sucesso, 1883. Uma segunda, 1923 (anteriormente intitulada 1932), com Harrison Ford e Helen Mirren nos papéis principais, deve ser lançada em 18 de dezembro.

Kevin Costner em cena de 'Yellowstone'. Foto: Paramount Network via AP

Em sua quinta temporada, Yellowstone começa com John Dutton (Costner), fazendeiro em Montana, aguardando o resultado de sua relutante candidatura a governador - um grande esforço para proteger as vastas terras e negócios de sua família contra desafios de desenvolvedores e nativos americanos empoderados.

A campanha populista de Dutton prometia salvaguardar os valores de Montana - provavelmente aqueles que combinam com os interesses que ele defende. O próprio Costner já pensou em se candidatar a algum cargo público? “Não, acho que não”, disse ele.

Em uma entrevista para a Associated Press, ele explicou por que Yellowstone ganhou seguidores, falou sobre como a série retrata os nativos americanos e expressou seu velho apreço pelo gênero western. As respostas foram editadas por motivos de brevidade e clareza.

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Quando você se juntou a Taylor Sheridan para produzir a série, o que o fez pensar que poderia dar certo?

Achei que tinha uma chance de ser relevante, porque é um trabalho que ainda acontece nos Estados Unidos, e a maioria das pessoas não se pergunta como as coisas vêm parar na mesa de jantar. Nós sabemos intuitivamente - mas na verdade não sabemos. A série às vezes consegue destacar a beleza da pecuária e com certeza fala sobre como é difícil. Estamos em um dos lugares mais bonitos do mundo, e acho que essa ideia de montanhas e rios captura a imaginação das pessoas. Mas é um rancho de trabalho. Acho que a série falou bem disso, com seu elevado senso dramático.

Embora John Dutton diga que não é político, ele está em busca de poder e há muitos sinais de que ele pretende usá-lo para seus próprios fins. Como você vê o personagem?

Ele não é ingênuo. Não é político no sentido de querer colaborar. Acho que ele consegue ouvir as melhores ideias, mas não está procurando um meio-termo. Não é como levou a vida. O que talvez seja bom para seu rancho pode ser bom para todos os outros ranchos em Montana também - a preservação de um modo de vida, menos expansão. Seu rancho é diferenciado, ele diz em voz alta. Mas acho que ele vê as mesmas coisas funcionando para outros fazendeiros.

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Yellowstone dá proeminência os nativos americanos, assim como Dança com Lobos. Como você vê a abordagem da série nesse ponto?

Acho que eles mostram que é tudo muito complicado. Para eles, tudo foi arrancado deles. Mas, sempre que houver dinheiro, haverá disputa, não importa com qual cultura você esteja lidando. Então você vê esses jogos de poder dentro da comunidade nativa americana. Você vê ambição, vê egoísmo. É um comportamento bem normal. Ficamos envergonhados, constrangidos, mas existe em todos os níveis. As maquinações políticas que acontecem na reserva são iguais às que acontecem no nosso cenário nacional. Tem muita amargura, muito ressentimento. Ideias boas e ideias ruins. Então, quem fica na mão? De um modo geral, são as pessoas.

Você disse que virou fã do western ainda jovem, quando assistiu ao filme A Conquista do Oeste, de 1962. O que o tocou e por que o gênero continua ressoando em você?

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Quando o western é bem feito, você percebe como as pessoas eram vulneráveis. Vemos estradas e cidades agora, mas, se você voltar uns cento e vinte anos, vai ver que as pessoas estavam sozinhas aqui. Conseguir ou não às vezes dependia de suas decisões e, na maioria das vezes, apenas da sorte. Não tinha lei, não tinha exército, estávamos arrancando terras de gente que morava aqui há milhares de anos. Às vezes penso comigo mesmo: ‘Meu Deus, o que fazia as pessoas virem para o Oeste?’ Às vezes não falavam a mesma língua, eram de diferentes países da Europa. Quando vejo o western na sua forma mais crua, me inspiro nele, fico maravilhado. Percebo que o que fazia as pessoas atravessarem o país era só a esperança de algo melhor. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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