Nesta quarta-feira, 13, fica disponível na Netflix a terceira temporada da série brasileira Sintonia, que mostra a histórias de três amigos da periferia de São Paulo em busca do amadurecimento e de seus lugares no mundo, tudo isso em meio ao funk, ao tráfico de drogas e à vida na igreja.
A produção tem no elenco os atores Bruna Mascarenhas, que interpreta Rita, Christian Malheiros, que vive Nando, e Jottapê, que dá vida a Mc Doni. Na história, os três lidam com os desafios de ser um jovem morador da periferia da maior cidade do País. “Os três personagens estão numa fase de amadurecimento. Desde a primeira está meio dado o caminho de cada um, acho que nesta (temporada) isso está mais firmado”, comenta Jottapê durante uma entrevista do trio por vídeo ao Estadão.
Quem for ver a série, vai encontrar, logo no início da temporada - que conta com seis episódios - os três personagens principais em um bom momento. Doni está em Paris, encerrando uma turnê internacional, Nando acaba de ter um filho e Rita está empolgada em dar mais um passo em sua caminhada na igreja. Uma das marcas dessa fase é a maturidade que os personagens alcançaram e que trouxe mais responsabilidades para os amigos. Agora eles terão que traçar planos ambiciosos para manter suas carreiras e vidas pessoais nos trilhos.
“Acho que Rita está tomando as rédeas da vida dela, na primeira e segunda (temporadas) ela não tinha muito um rumo, ela começa a terceira sabendo o que ela quer”, diz Bruna. “No meio da temporada coisas devem acontecer, mas acho que agora ela é dona da própria vida, ela está tomando as próprias escolhas”, continua.
É um pouco do que cada um está passando. Enquanto Rita está decidida a se tornar vereadora, começa a fazer campanha entre os vizinhos, precisa ter que lidar com os problemas que surgem à sua volta, que podem interferir em seus planos. Doni luta para se manter em evidência na música, depois de ter alcançado o topo das paradas de funk. Ao mesmo tempo em que experimenta as delícias da vida de famoso, ele precisa lidar com a queda de sua popularidade. Já Nando, que passou a ser um dos criminosos mais procurados do Brasil, questiona se vale a pena continuar no mundo do tráfico de drogas.
“Eles estão há duas temporadas tentando chegar nesse sonho”, conta Christian. Mas os personagens vão encarar desafios e, para ele, “esse é o preço que se paga para conseguir manter estabilidade dentro desse sonho”.
Mais um ano na periferia
A manutenção de Sintonia entre as produções originais brasileiras da Netflix continua colocando mais uma vez a periferia - ou um recorte dela - entre as possibilidades do catálogo do serviço de streaming.
“Acredito que Sintonia é um abrir de portas e a gente espera mais projetos de outros estados, com outros corpos, que ainda não estão na tela, que possam vir cada vez mais”, pontua Bruna. “Acho que é importante as pessoas se identificarem, uma importância social e cultural muito grande”, continua.
Assim como qualquer produção audiovisual, é importante pontuar que Sintonia é um recorte da periferia de São Paulo. Ou seja, uma parte do que acontece nos bairros mais afastados do centro da maior cidade do País. E como um recorte, ele mostra apenas um pedaço das muitas histórias que podem existir, tanto em outros bairros da capital paulista quanto em outras cidades do país. “Sempre falta alguma coisa, corpos que não são mostrados, realidades… A intenção é aos poucos agregar novas histórias”, finaliza Christian.
Produzida pela Gullane, a série baseia-se em uma ideia original de KondZilla e foi criada por KondZilla, Felipe Braga e Guilherme Quintella. A direção dos episódios é de Johnny Araújo, Daniela Carvalho e Gabriel Zerra, e a produção é de Caio Gullane e Fabiano Gullane.
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