Sucesso do Paramount+, Yellowjackets tem uma trama recheada de sustos e mistérios. Acompanhando duas linhas do tempo diferentes — a primeira nos anos 1990, quando um time de futebol de colegial sofre um acidente aéreo e fica perdido numa floresta inabitada, e a segunda, 30 anos depois, com as garotas já crescidas tentando levar uma vida normal —, a série deixa espectadores especulando, semana a semana, como as adolescentes sobreviveram à selva.
Esse suspense semanal não é exclusividade do público. O elenco, que esteve no Brasil para divulgar a série, também não tem acesso a todos os roteiros, sendo pego de surpresa assim como os espectadores. “É assustador, intimidador, mas também muito emocionante, porque você nunca sabe o que vai acontecer a cada novo roteiro”, disse Sophie Thatcher, intérprete da versão jovem de Natalie, em entrevista ao Estadão.
“Nossas personagens também não sabem o que esperar”, complementa Sophie Nélisse, que interpreta uma jovem Shauna. “Elas não sabem a jornada que elas estão para embarcar. Então, acho que nós levamos um roteiro de cada vez, como deve ser.”
Estarem de acordo com o mistério feito pelos roteiristas e produtores da série, no entanto, não impede as atrizes de buscarem respostas para sua curiosidade, com alguns membros do elenco inclusive buscando respostas em outros setores da produção. “Nós saímos caçando para saber [o que acontece]. [Perguntamos] ‘o que você sabe?’ para o pessoal de cabelo e maquiagem, para o pessoal de figurino”, contou Courtney Eaton, a Lottie da série.
“A parte mais difícil é que também queremos saber”, concluiu Jasmine Savoy-Brown, que interpreta Taissa, contando ainda que os roteiristas de Yellowjackets tentam evitar encontrar com as garotas no set para não entregarem a trama.
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O que esperar da terceira temporada?
A segunda temporada de Yellowjackets encontrou um fim dramático para as adolescentes. Após escolherem Nathalie como sua nova líder — ou a “Rainha dos Chifres” —, as garotas viram a cabana em que se abrigavam pegar fogo, deixando-as sem teto durante um inverno intenso. “Elas dependem uma da outra mais do que nunca agora”, opinou Nélisse.
“Também acho que essa dificuldade as fez abraçarem mais seus papéis”, disse Savoy-Brown. “Elas estão se doando mais para as coisas que elas faziam antes.”
A ascensão de Nathalie serviu como a grande reviravolta da temporada passada, evento que deve pautar as decisões da personagem no terceiro ano. “Emocionalmente é muito para ela”, disse Thatcher. “Ser líder não é algo natural para ela. Ela é inteligente, prática e leva o grupo a um lugar bom, mas acho que é realmente prejudicial emocionalmente.”
Quem também começa a terceira temporada afetado por traumas é Travis, um dos sobreviventes do acidente aéreo que teve o irmão morto e feito de alimento pelo grupo para que eles pudessem sobreviver. “Ele está muito confuso”, disse Kevin Alves, que interpreta o garoto. “Ele não sabe como lidar com a ideia de que ele teve que fazer algo tão assustador para sobreviver. Há esse conflito em pensar se ele fez a coisa certa. E como ele está lidando com o luto, acho que ele está muito confuso, assustado e tentando aguentar tudo que pode.”
Quem também se encontra em um lugar complicado na história é Shauna. Após seu bebê nascer natimorto e servir como objeto ritualístico das colegas, a personagem de Nélisse tem dificuldades para seguir em frente. “Eu acho que ela nunca se recupera totalmente”, disse a atriz. “[Na terceira temporada] ela está com sede de vingança e direcionando sua dor interna às outras pessoas.”
“O que ela faz nesta temporada é o pior [que ela já fez], e é o que vai machucá-la pelo resto da vida”, concluiu.
Yellowjackets está disponível no Paramount+ e na Netflix. A terceira temporada estreia em 14 de fevereiro de 2025, no Paramount+.
