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Quando a alma humana, circunscrita ao veículo corporal, não experimenta pequenos prazeres cotidianos para aliviar suas limitações e dar um sabor gostoso à existência, acaba se transformando numa espécie de panela de pressão que, em momentos como este, clama por prazeres, já não pequenos, mas exagerados.
Assim, sem dosar sabiamente os prazeres pequenos e pulando de exagero em exagero nossa humanidade acaba construindo um labirinto ainda mais denso e intrincado no qual a alma já não está apenas limitada, mas aprisionada mesmo, numa rede de obsessões sem as quais acha não ser capaz de continuar vivendo, degringolando infalivelmente para o terreno das perversões, onde obtém com o apoio dos outros perversos a ilusão de que está no topo do mundo.
Este pode ser apenas mais um momento de exageros, porém, seria sábio observá-los e aprender a dosar melhor a satisfação, pois de exagero em exagero se acaba um dia perdendo o domínio do si mesmo.