BRASÍLIA - Sob críticas de apoiadores do governo Jair Bolsonaro nas redes sociais, a atriz Regina Duarte toma posse nesta quarta-feira, 4, como secretária especial da Cultura. Antes mesmo de assumir oficialmente, ela enfrenta o desafio de trocar nomes ligados ao ideólogo Olavo de Carvalho e ao ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, para compor a sua própria equipe. A cerimônia de posse ocorre no Palácio do Planalto.
Regina chegou ao evento de braços dados ao vice-presidente da República, Hamilton Mourão. Os dois entraram ao salão nobre do Palácio logo depois do presidente da República e da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
As ausências no evento desta quarta já demonstram rusgas na relação de Regina dentro da Secretaria, que é subordinada ao Ministério do Turismo. O jornalista Sérgio Camargo, escolhido para comandar a Fundação Palmares, antecipou ontem ao Broadcast/Estadão que não participaria da posse porque Regina exigiu sua exoneração. Apesar disso, ele afirmou que "segue firme no cargo".
"Minha exoneração foi exigida pela secretária Regina Duarte e vetada pelo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e pelo presidente Jair Bolsonaro. Sigo firme no cargo", disse Camargo. "Ela quer abrir diálogo com o movimento negro. Digo que é ingenuidade, para ser gentil", afirmou o jornalista.
Camargo foi indicado pelo ex-secretário Roberto Alvim, demitido em 17 de janeiro após parafrasear o nazista Joseph Goebbels em discurso. Apesar da resistência de Regina, ele segue no cargo porque caiu nas graças do presidente Jair Bolsonaro após forte repercussão de declarações como “o Brasil tem um racismo nutella”.
O presidente da Fundação Palmares chegou a ser impedido pela Justiça de assumir o cargo, mas a decisão foi revertida após recurso do governo. O jornalista ainda aguarda a sua nomeação, mas esteve ontem no Palácio do Planalto. Nesta terça, Camargo esteve em evento no Planalto e tirou fotos com Bolsonaro.
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