Superlive global pede ajuda urgente aos povos da Amazônia

Evento com personalidade como Jane Fonda, Wagner Moura, Morgan Freeman, Ivan Lins e Peter Gabriel clama por assistência para que os povos indígenas não desapareçam em meio ao descaso e à epidemia; transmissão será nessa quinta, às 21h

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação

Uma live global vai reunir nesta quinta (28), das 21h às 23h (horário de Brasília), personalidades como Jane Fonda, Wagner Moura, Morgan Freeman, Maria Gadu, Peter Gabriel e Carlos Nobre para chamar as atenções par as questões urgentes que envolvem os povos da Amazônia. O evento Artists United for Amazonia: Protecting the Protectors, terá transmissão ao vivo via Facebook e pela página artistsforamazonia.org

O cantor PeterGabriel Foto: WARNER

PUBLICIDADE

O evento terá a apresentação da ativista, atriz e co-estrela da série Game of Thrones, Oona Chaplin. Um dos temas será a divulgação do Fundo de Emergência da Amazônia, lançado no mês passado por uma coalizão de organizações indígenas, ONGs e aliados das questões dos povos indígenas da Amazônia ameaçados pela Covid-19. Os recursos que deverão ser arrecadados durante a transmissão serão utilizados para prevenção e atendimento, como alimentos e suprimentos médicos; comunicações de emergência e evacuação; proteção e segurança para territórios indígenas; e soberania alimentar e resiliência da comunidade. Há uma estimativa de que o Fundo de Emergência da Amazônia arrecade US$ 5 milhões nos próximos 60 dias para a proteção contra a pandemia nos nove países da Amazônia.

O projeto Artists United for Amazonia vai mostrar apresentações musicais e entrevistas com artistas e músicos. O jazzista Herbie Hancock e os brasileiros Ivan Lins e a cantora Luciana Souza também são esperados. São no momento 120 mil casos confirmados de Covid-19 na Amazônia, e mais de 6 mil mortes confirmadas. À medida que o novo coronavírus continua a se espalhar, os povos indígenas estão cada vez mais em risco e podem enfrentar um etnocídio em potencial. 

Só os povos Achuar, no Equador, registraram uma dúzia de casos. Os Shipibo, do Peru, têm 58 mortes e, no Brasil, 147 mortes e 1350 casos. Mas, devido à falta de recursos de saúde na região, os casos são certamente subnotificados e as atividades ilegais de desmatamento e extração em terras indígenas aumentam ainda mais o risco de exposição.

“Não podemos esperar mais pelo nosso governo, estamos em perigo de extinção”, disse José Gregorio Diaz Mirabel, coordenador geral da COICA (Coordenador de Organizações Indígenas da Bacia do Rio Amazonas) e membro do povo Wakeunai Kurripaco da Venezuela. “Este evento faz parte de uma extraordinária aliança de organizações e indivíduos dedicados a preservar a região com maior biodiversidade do planeta”, diz Sarah duPont, fundadora da Amazon Aid Foundation e co-diretora da River of Gold. “A mineração ilegal e não regulamentada de ouro é uma das formas mais perigosas de desmatamento na Bacia Amazônica e libera mercúrio tóxico no ecossistema. Desde a pandemia, a mineração de ouro explodiu em toda a Amazônia e em territórios indígenas, trazendo consigo violência e a Covid-19. A Amazônia está no ponto de inflexão e os protetores da Amazônia estão ameaçados. O que acontece na Amazônia afeta a todos nós.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.