Taylor Swift: governo manda liberar entrada de água em shows e prefeitura pede mais ambulâncias

Jovem de 23 anos passou mal antes da apresentação e morreu após ser encaminhada ao hospital. Entrada antecipada do público é outra exigência; empresa organizadora emitiu nova nota dizendo que vai liberar a entrada de garrafas plásticas flexíveis e reforçar a estrutura de atendimento

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Foto do author Renata Okumura
Foto do author Gabriela Piva
Atualização:

Após a morte de Ana Clara Benevides, de 23 anos, no primeiro show da turnê The Eras Tour da cantora Taylor Swift no Brasil nessa sexta-feira, 17, autoridades anunciaram novas medidas para shows e espetáculos. O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), editou uma nova regra, que permite a entrada de garrafas de água para uso pessoal em shows a partir deste sábado, 18.

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O ministro afirmou também que “empresas produtoras de espetáculos com alta exposição ao calor deverão disponibilizar água potável gratuita em ‘ilhas de hidratação’ de fácil acesso”. A Time for Fun (T4F), responsável pelo evento, enviou uma atualização nota ao Estadão afirmando que liberará a entrada de garrafas plásticas flexíveis e reforçará a estrutura de atendimento no evento.

“ATUALIZAÇÃO: garrafas plásticas flexíveis também serão autorizadas no acesso. É vedado qualquer outro material como metal, alumínio e garrafas térmicas”, disse o representante da empresa por WhatsApp.

O segundo comunicado veio depois da T4F divulgar uma nota afirmando que seria liberada a entrada de copos lacrados e receber várias críticas nas redes sociais. A prefeitura do Rio, onde foi realizado o show, também fez outras exigências, como aumentar o número de ambulâncias e equipes de atendimento, além da entrada antecipada do público.

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Segundo relatos de fãs nas redes sociais, o público era proibido de entrar no local com garrafas próprias de água e, dentro do Estádio Engenhão, onde o show era realizado, copos eram vendidos por R$ 8. Também houve queixas sobre filas, falta de informação e aglomerações.

Vários fãs passaram mal e buscaram atendimento médico. “Tontura, visão embaçada, tremedeira e sensação de desmaio”, escreveu Bel Rodrigues no X (antigo Twitter), que só conseguiu assistir a uma parte do show.

A prefeitura do Rio disse ter ordenado a criação de pontos de distribuição de água e a entrada antecipada do público em uma hora, para evitar tumultos para as próximas apresentações na cidade, neste sábado, 18, e domingo, 19. Também cobrou mais brigadistas e ambulâncias.

Segundo a empresa Climatempo, a temperatura máxima prevista para este sábado no Rio é de 42ºC, dois graus a mais do que nessa sexta, que teve sensação térmica de quase 60º.

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Veja as medidas determinadas pela prefeitura do Rio:

  • Antecipar a entrada em uma hora e ocupar o anel de circulação para tirar o publico do sol;
  • Novos pontos de distribuição de água;
  • Aumento de número de brigadistas;
  • Aumento de ambulâncias.

Já o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), disse que determinou ao Procon a imediata apuração, junto à organização do evento, sobre os motivos da restrição da entrada com água.

“Para os próximos dois dias de shows, o órgão oficiou a empresa organizadora para instalar mais bebedouros dentro do Engenhão e, principalmente, a permitir o acesso de garrafas de plástico vazias, sem tampa, para servir de refil”, disse, por meio de comunicado.

Ele também afirma ter pedido à Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) e aos agentes de Lei Seca para que distribuam água mineral no entorno do Engenhão.

“Nosso Corpo de Bombeiros também vai disponibilizar mais ambulâncias nas extremidades para atender as ocorrências e seis caminhões novos que adquirimos estarão jogando água nos fãs para ajudar a diminuir os impactos do calor.” Segundo ele, a empresa também foi notificada pelos bombeiros para que aumente o número de brigadistas, maqueiros e toda estrutura interna para atendimento.

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A Polícia Civil do Rio já abriu o inquérito. A causa da morte ainda será esclarecida. De acordo com a polícia, o caso ficará a cargo da 24ª DP (Piedade), que fará diligências para elucidar o ocorrido.

Ao Estadão, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro afirmou que Ana chegou no Hospital Municipal Salgado Filho com parada cardiorrespiratória, mas disse que a causa da morte ainda não foi confirmada e será investigada pelo IML. Veja comunicado abaixo.

“A paciente Ana Benevides chegou ao Hospital Municipal Salgado Filho, às 20h50, em parada cardiorrespiratória. Foram feitas manobras de reanimação, mas, infelizmente, ela não resistiu. Neste momento, não se consegue precisar a causa da morte que será investigada pelo IML.”

Taylor Swift agradeceu homenagem no Cristo Redentor em 1º show no Rio de Janeiro. Foto: Natacha Pisarenko/AP e Florian Plaucher/AFP

Empresa promete distribuir águas e aumentar tamanho da equipe

Sobre a morte da jovem, a Time for Fun, responsável pela organização do show no Brasil, lamentou a morte e disse ter dado suporte à jovem. Segundo a nota da empresa, ela foi “prontamente atendida pela equipe de brigadistas e paramédicos, sendo encaminhada ao posto médico” do estádio. Em seguida, foi levada ao Hospital Salgado Filho, onde morreu depois de quase uma hora de atendimento.

Já em relação aos pedidos de melhora na estrutura, a empresa diz “estar reforçando o plano de ação especial” para o evento. Promete agora o fornecimento de água gratuita nas filas e em todos os acessos e entradas dos estádios, assim como no local.

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“Também será permitida a entrada no estádio com copos de água lacrados e alimentos industrializados lacrados, sem limitação de itens por pessoa. Esclarecemos que a exigência dos itens serem lacrados segue recomendações de segurança”, continuou a empresa, que destaca ser dos órgãos públicos a proibição da entrada de garrafas de água em estádios.

Após ser questionada pelo Estadão e criticada nas redes sociais, a T4F afirmou que permitirá a entrada no show com garrafas de plástico flexíveis. A medida também foi anunciada depois de Flávio Dino (PSD), ministro da Justiça e Segurança Pública, publicar uma Portaria exigindo que a entrada dos recipientes seja liberada para uso pessoal.

A empresa ainda afirma que o efetivo de serviços foi reforçado. “Cerca de 200 colaboradores extras irão se somar aos 1.230 profissionais que estão trabalhando no evento desde o início entre seguranças, brigadistas, orientadores de público e outros”. A estrutura de atendimento médico passa a ter 8 postos médicos, 8 ambulâncias e 8 UTIs móveis, mas não foi informado tamanho da estrutura montada no 1º dia.

Em São Paulo, os shows da artista americana estão agendados para os dias 24, 25 e 26 de novembro.

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