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Musical ‘O Bem-Amado’ abre Mostra São Paulo em Cena

O evento se espalha por quatro espaços culturais da cidade, com 13 espetáculos gratuitos e de diversas vertentes teatrais

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Por Dirceu Alves Jr.

Se o segundo semestre de 2021 propiciou uma lenta retomada da produção cultural depois da paralisação pandêmica, o ano de 2022 marcou uma normalização na agenda. Novos espetáculos se tornaram frequentes no calendário da cidade em busca de um público que, imunizado, ainda se adaptava ao “novo normal”.

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Por isso, a Mostra São Paulo em Cena 2022, promovida pela Secretaria Municipal de Cultura, se torna simbólica ao oferecer 13 espetáculos marcantes da temporada, de diversas vertentes, entre os dias 2 e 18/12, com entrada gratuita. O evento se espalha por quatro espaços culturais da Prefeitura: os teatros Alfredo Mesquita, na zona norte, Arthur Azevedo, na zona leste, Cacilda Becker, na zona oeste, e Paulo Eiró, na zona sul.

Neste primeiro fim de semana, três são os destaques. A versão musical de O Bem-Amado, adaptação da obra de Dias Gomes dirigida por Ricardo Grasson, chega à zona leste, no Arthur Azevedo, neste sábado, 3, e domingo, 4. “É muito importante os artistas e produtores levarem os espetáculos para outras regiões porque assim vamos atingir plateias que não se deslocariam para um teatro distante de suas casas”, afirma o produtor Rodrigo Velloni.

O musical 'O Bem-Amado', adaptado da obra de Dias Gomes, tem espaço na Mostra São Paulo em Cena 2022. Foto: Ronaldo Gutierrez

No Cacilda Becker, também no sábado e domingo, tem vez a montagem Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos, da Cia. de Teatro Heliópolis, sobre a opressão feminina. A produção catarinense Homens Pink, monólogo com Renato Turnes sobre a homossexualidade na terceira idade, ocupa o Alfredo Mesquita entre sexta, 2, e domingo, 4. “É importante mostrar que a agenda da cidade também é receptiva às montagens de outros Estados”, declara Júlio César Dória, supervisor dos teatros da Prefeitura e curador do evento.

Pluralidade

Dória salienta a pluralidade de gêneros oferecida na programação. Sob a direção de Marcelo Lazzaratto, a tragédia Tebas ganha espaço no Paulo Eiró entre os dias 9 e 11. No mesmo fim de semana, o musical Tatuagem, encenado por Kleber Montanheiro, será visto no Cacilda Becker e o experimental História do Olho - Um Conto de Fadas Pornô-Noir, dirigido por Janaina Leite, surpreenderá o espectador do Arthur Azevedo.

Cena do musical Tatuagem, de Kleber Montanheiro, com canções da banda As Baías.  Foto: Rodrigo Chueri

O musical A Hora da Estrela ou o Canto de Macabéa, adaptado da obra de Clarice Lispector, ganha o palco do Arthur Azevedo nos dias 17 e 18. Uma das melhores montagens do ano, Um Inimigo do Povo, versão do diretor José Fernando Peixoto de Azevedo para o clássico de Henrik Ibsen, ganha novas chances no Cacilda entre os dias 16 e 18.

Surpresa na grade, porém, é a presença de Encantado, festejada criação da Lia Rodrigues Cia. de Danças. A coreografia, inspirada nas culturas africana e indígena, trata de um Brasil sufocado pelas crises e ocupa o Paulo Eiró nos dias 17 e 18. “As linguagens estão cada vez mais fundidas entre si e, neste caso, temos um forte diálogo entre os elementos cênicos e a coreografia”, justifica Dória.

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