“Tá no palco, pessoal!”. Sucesso na TV nos anos 1990, a TV Colosso vai ganhar um musical inédito com o elenco original do programa exibido pela TV Globo entre 1993 e 1997. A estreia de TV Colosso - O Musical será no dia 8 de março, em São Paulo. A direção artística é de Luiz Ferré, um dos criadores do programa.
No musical, no qual estão personagens como Priscila, Borges, Malabi, JF, Walter Gate e Thunderdog, Gilmar, o operário da TV que adorava churrasco e pagode, é sequestrado e levado para uma TV do futuro, feita em outra galáxia.
A emissora é bonita, moderna, mas tem zero audiência e, sobretudo, carece de emoção e bom conteúdo. O que os sequestradores querem é que Gilmar conte as eles o segredo do sucesso da TV Colosso. Caberá à Priscila e seus demais amigos salvarem Gilmar dessa enrascada.
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O musical, definido por Ferré como “espetáculo de animação musical, uma comédia para a família” tem roteiro do cartunista Adão Iturrusgarai, que trabalhou na TV Colosso da Globo, e do escritor André Catarinacho, de séries como Bugados e Diário de Luli, que tinha seis anos quando a TV Colosso foi ao ar. A autora Thereza Falcão, de novelas como Avenida Brasil, Joia Rara e Novo Mundo, trabalhou na arquitetura de dramaturgia do musical.
O espetáculo vai alternar momentos bem típicos do gênero musical, como quando Priscila e outros personagens maiores têm números de show, com câmera escura, quando manipuladores darão vida aos bonecos de luva. Boa parte dos dubladores são os originais, entre eles, Mônica Rossi fazendo a voz de Priscila e Mario Jorge de Andrade como Gilmar.
“Queremos trazer os personagens super memoráveis e, ao mesmo tempo, apresentá-los para uma nova geração. Eles são super contemporâneos, pop e bonitos”, diz Ferré ao Estadão. Depois da temporada em São Paulo, o musical ficará em cartaz no Rio de Janeiro, entre abril e maio.
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Sucesso na TV
Ferré criou a TV Colosso, um programa sobre os bastidores da TV, sempre com muito caos e humor, com seu sócio, Beto Dorneles. Artista gráfico de formação, Ferré trabalha com teatro e cinema e conheceu Dorneles no grupo de teatro de bonecos Cem Modos, existente há quase 40 anos. Juntos, eles fundaram a Criadores e Criaturas. A direção geral, em um primeiro momento, foi de Boninho.
Inicialmente, a TV Colosso era para durar de três a quatro meses, enquanto a Globo acertava o formato de um novo programa para a Angélica, que entraria nas manhãs da emissora. Com o sucesso, a atração ficou cinco anos no ar e foi exibida em quase 40 países.
“Levamos para o programa características de nosso grupo de teatro, que era voltado para o humor. A TV Colosso era nonsense e irreverente”, diz Ferré, ao apontar um dos motivos para o êxito da atração.
Ele também afirma que conseguiram criar algo bem próximo da realidade do público, o que ajudou crianças e adultos a se identificarem com os personagens. A Priscila, por exemplo, é inspirada em três produtoras que trabalhavam com Ferré - de uma delas ele tirou o nome para batizar a charmosa sheepdog inglesa que protagonizava a TV Colosso.
“As pessoas identificavam seu chefe nos personagens. Ou, então, o puxa-saco do trabalho”, afirma Ferré que conta que eles se inspiraram em programas de TV com bonecos como Vila Sésamo, The Muppets e Banana Split. “Eles serviram como referência para transpor o teatro de bonecos para a linguagem da TV”, explica.