Como todo início de janeiro, o BBB 24 passou a ser o principal assunto nas redes sociais, mas o engajamento ainda era tímido, já que os fãs de entretenimento estavam traumatizados com a tediosa última edição. Mas, com o anúncio dos participantes na última sexta-feira, 5, expectativas, definitivamente, foram criadas.
Boninho focou em qualidade e não quantidade na escolha do Camarote, e finalmente resgatou o que realmente importa para o público de reality show: um elenco de Pipocas genuinamente interessantes.
Afinal, a receita não é difícil: competidores que realmente precisam do dinheiro tendem a viver toda experiência do confinamento de forma mais intensa, seja dando o sangue nas provas ou garantindo protagonismo na edição, através de muito VT.
Pode-se dizer que, nos poucos minutos do vídeo de apresentação de Beatriz e Leidy Elin, por exemplo, tivemos o gostinho que só Gil do Vigor tinha conseguido deixar: puro carisma e autenticidade do brasileiro. Mas, faz três anos que ele passou pelo reality, e o fato é que estamos carentes.
Pois bem, a estreia deste ano vibrou diferente. A euforia do anúncio da sexta-feira se manteve até o último minuto do programa desta segunda, 8. Isso porque Boninho teve a estratégia de trazer mais nomes novos, mantendo a curiosidade de um elenco quase interminável, além de usar todas as dinâmicas possíveis e imagináveis logo no primeiro episódio.
Entrada dos primeiros participantes; votação, no estilo concurso de miss, para escolher novos integrantes; puxadinho, que mais parecia um paredão falso, e prova de resistência. Isso tudo somado a um elenco, até o momento, interessante, prova que a última edição do programa foi um trauma também para a produção e eles, provavelmente, aprenderam com os erros.
Ainda que seja uma estratégia apelativa e confusa para o público, que esperava se alienar com um reality e se deparou com o castigo do monstro que era entender as milhares de regras da noite, é preciso reconhecer um mérito: essa estreia entreteve - e muito.
O programa alternou bem entre dinâmicas já conhecidas pelos telespectadores, como a tradicional prova do líder de resistência, com novas interações. A novidade foi a votação dos brothers para escolher quem do puxadinho entraria na competição. Só que tudo isso foi um bálsamo de caos e vergonha alheia, porque a experiência mais parecia um concurso de miss, com perguntas clichês e discursos vazios, em uma espécie de vitrine de candidatos.
Outra suposta novidade era esse tal puxadinho. Mas, toda estrutura do espaço e interação entre apresentador e novos confinados pareceu muito com a dinâmica de um paredão falso. Mesmo com algumas ressalvas, não se pode negar que o programa está apostando todas as suas fichas nesta edição.
Resta saber se não queimaram largada com muitas provas, votações e regras, ofuscando o precioso tempo de câmera que os participantes teriam para se apresentar. Afinal, na estreia, ouvimos mais a voz do Tadeu do que dos próprios participantes.
Ainda assim, é possível adiantar que a edição de 2024 do BBB promete mais fervor, participantes engajados e uma convivência caótica. Ou seja, tudo de que precisamos.
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