Os 40 ovos por dia de Gracyanne Barbosa. Os vídeos de Mateus, dupla de Vitória Strada, cantando. A sogra e o genro entrando juntos no reality. Poucas vezes o Big Brother Brasil teve tanto mérito em criar uma narrativa para o programa antes mesmo que ela acontecesse como no BBB 25.
O programa, que estreou nesta segunda, 13, trouxe uma dinâmica inédita – e arriscada – de duplas no elenco. São menos Camarotes, categoria que fez com que o reality voltasse aos olhos da maioria da população brasileira após anos de escassez, mas mais personalidade. É uma nova era para o BBB, que demonstra disposição em experimentar uma fórmula totalmente nova após 25 anos no ar.
E a tal fórmula é a identificação. Ao apostar em duplas, o programa atinge um novo patamar no imaginário do público. Afinal, quem nunca assistiu ao reality e não se imaginou, algum dia, pisando na grama artificial da área externa, enfrentando provas de resistência ou votando no vilão da edição? Pensar em viver essa experiência ao lado de alguém com quem já se convive diariamente gera uma nova pauta para os encontros: “E se fizéssemos como eles e entrássemos no BBB juntos?”.
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Não existe programa tão imprevisível quanto o Big Brother Brasil. É a escolha do elenco o fator determinante para que a edição seja pouco ou muito assistida e falada. Nos últimos anos, o reality tropeçou com participantes mornos, aparentemente escolhidos mais pelo número de seguidores nas redes sociais ou por se encaixarem em “caixinhas” já clássicas do programa – não à toa, há memes sobre os “Arcrebianos” de cada edição. Agora, a produção do reality parece querer mudar os clichês.
Fazer com que o público conhecesse os traços de personalidade de cada integrante da dupla foi, visivelmente, o foco da estreia. O elenco saiu para a clássica carreata do BBB, que não se via há tempos, pelo Rio de Janeiro. Os olhos vendados até os Estúdios Globo deram lugar a olhos atentos que procuravam conquistar cada carioca que possa levar um participante até a vitória. A química da dupla pode até ajudar, mas só um poderá ser vencedor do Big Brother Brasil.
Como de costume, o programa mostrou a entrada dos novos brothers na casa e a primeira conversa com o apresentador, Tadeu Schmidt. O grande destaque, porém, foram as chamadas gravadas pelas duplas antes mesmo do programa. Uma escolha curiosa – e, de novo, arriscada –, mas coerente com a aparente nova estratégia do reality.
Na tela, não vemos apenas mais uma influenciadora, um galã de novelas da emissora ou um cantor que busca divulgar seu último álbum. Vemos pai e filha circenses, a mãe carismática de um ator que, há pouco, realizou seu sonho de protagonizar uma novela, irmãos gêmeos que fazem de tudo juntos e amigos que, de tão amigos, já se consideram irmãos.
É difícil escolher alguém para entrar em dupla no reality e é claro que as relações podem ruir. Os participantes enfrentam, neste momento, a primeira prova de resistência do programa e, durante a segunda fase do BBB, poderão, inclusive, votar na própria dupla.
Fato é que, apesar do que possa acontecer, o público vai continuar discutindo, imaginando, discordando, criando vontade para votar. Ao longo de 25 anos, nenhum BBB – ou vencedor – que gerasse identificação passou despercebido.