Carlos Alberto de Nóbrega critica Lula no Roda Viva e questiona o politicamente correto

Humorista também fez declarações sobre o comediante Marcius Melhem, os recentes cortes da TV Globo em grandes nomes da emissora e relembrou amizade com Silvio Santos

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Por Redação

Durante a sua participação no Roda Viva desta segunda-feira, 3, o humorista Carlos Alberto de Nóbrega, 87, criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O apresentador disse que chegou a convidar o chefe de estado para uma entrevista em seu podcast, O Pod é Nosso, e disse que interrogaria Lula sobre ter conquistado a cadeira da presidência sem ter um diploma.

Segundo Nóbrega, o “país está desse jeito” por conta da ausência de graduação do governante. “Um homem que não tem um curso ginasial, universitário, contábil… ser presidente da República? Por isso que o país está desse jeito”, afirma. E ressaltou: “Eu não sou petista. “Não misturo meu trabalho com os meus ideais.”

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Durante a entrevista, Nóbrega expressou sua opinião sobre os recentes cortes feitos pela TV Globo. ““É cuspir no prato que comeu”, pontuou. “A minha bronca foi com o Tarcísio [Meira], que se eu falei com ele quatro ou cinco vezes foi muito. Mas ele era o Tarcísio Meira, ele fez a Globo, ele quem fez a Globo crescer. Mandar ele embora porque ele é velho? Eu não aceito isso”, disse.

Ainda sobre a emissora, o comediante elogiou seu colega de profissão, Marcius Melhem, e apontou que o artista, acusado de assédio sexual, seria bom parao SBT. “O que ele faz da vida não é problema meu”, frisou.

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“O Marcius Melhem é um profissional como eu, eu sei o que é uma televisão lá dentro e eu não tomo partido de ninguém. Como ele tem o know-how da Globo, ele seria --sempre no seria, sempre no condicional-- a pessoa indicada para tomar conta, para fazer um programa de humor no SBT. Não houve um convite, era uma vontade minha de trazer um profissional para a emissora.”

‘Cada um ver o que quer’

O apresentador também afirmou ser contra o politicamente correto no humor. Para ele, o limite existe na televisão e não no teatro. “Cada um ver o que quer. Quando você vai ao teatro, você sabe que vai ouvir coisa pesada (...) na televisão, você está na sua casa, nós entramos na sua casa. Nós temos que ter um respeito com a sua casa”, destacou.

O humorista ainda questionou o movimento e avaliou: “Nós não vivemos em uma democracia?”. Segundo ele, há uma “turminha que cismou que tem que ter o politicamente correto”.

“Eu vivi a ditadura, fui chamado no opala azul várias vezes. Sei como é importante você ter a liberdade de poder falar. Agora, eu acho um absurdo, meia dúzia de intelectuais… as redes sociais que estão fazendo isso”, declarou.

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Em outro momento, Nóbrega também expressou sua opinião sobre o uso de termos pejorativos e frisou não concordar com o abandono de algumas expressões que podem ser consideradas depreciativas para os grupos minoritários. “Você acha pejorativo dizer que o [Donald] Trump é americano? Ele é americano”, esclareceu.

‘Aquele homem é um gênio’

Carlos Manoel de Nóbrega comentou sobre a sua amizade com o apresentador Silvio Santos. Ele fala que ficou 11 anos sem conversar com o empresário e que sentiu muitas saudades. “Eu vejo aquele homem que é um gênio, um dos meus melhores amigos, me dando a maior confissão e declaração de amor que um amigo pode dar a outro. E minha vida mudou completamente desde o dia 17 de maio de 1987″, citou, em referência ao dia em que entrou no SBT.

Há mais de 30 anos no canal, no comando do programa A Praça é Nossa, o humorista frisou que sente amor pelo o que faz. Ao falar sobre a sucessão do quadro na emissora, ele conta que não desejaria que o seu filho, Marcelo de Nóbrega, assumisse o comando.

Isso porque, “Eu sei o quanto eu sofri por não me deixarem ter personalidade. Eu fui sempre o filho do Manoel de Nóbrega [...] A minha referência foi o meu pai e não quero que isso aconteça com o meu filho.”

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