A popular série de televisão Chaves, protagonizada por Roberto Gómez Bolaños, e que continuava sendo transmitida principalmente na América Latina, foi tirada do ar de todos os canais em que era exibida, informaram os filhos do ator, já morto, neste domingo, 2.
Criada por Roberto Bolaños em 1970 e com o último capítulo gravado em janeiro de 1980, Chaves foi retirada da televisão desde 1º de agosto porque, segundo a imprensa mexicana, a família do ator e o canal Televisa não chegaram a um acordo sobre os direitos da série.
"Embora estejamos tristes pela decisão, minha família e eu esperamos que Chaves esteja em breve nas telas do mundo. Continuaremos insistindo e estou certo de que conseguiremos", escreveu em sua conta do Twitter Roberto Gómez Ferán, filho do ator.
Graciela Gómez, filha do ator, aludiu de forma indireta a prováveis desavenças com a Televisa, a maior emissora de TV hispânica.
"É uma pena que quem mais se beneficiou dos programas de Chaves afirme hoje que não valem mais nada. Aos seus filhos nos deixou sua cultura, seu amor, seu exemplo, seu estilo. Essa riqueza não pode ser quantificada. Os interesses econômicos não estão na família", escreveu a jovem também no Twitter.
Florinda Meza, intérprete da personagem Dona Florinda no programa e que foi a última namorada do ator, falecido em 2014 aos 85 anos, lamentou a decisão, fazendo alusão aos momentos difíceis que o mundo vive com a pandemia da covid-19.
"O que eu acho de deixerem de transmitir Chaves? Embora não tenha nada a ver porque inexplicavelmente não fui convocada para as negociações, acho que justo agora, quando o mundo mais precisa de diversão, fazer isto é uma agressão às pessoas", escreveu em sua conta na rede social.
A retirada de Chaves do ar entrou para os assuntos mais comentados no Twitter, com várias mensagens de lástima dos espectadores de países de língua espanhola, os quais ressaltaram os valores manifestados pelo programa, como a amizade, solidariedade e a honestidade.
No entanto, também havia duras mensagens de crítica, principalmente de usuários mexicanos, que consideram que o programa "manipulava" as crianças e tinha nuances "classistas".
Após a morte de Bolaños, a revista Forbes estimou que Chaves rendeu à Televisa cerca de US$ 1,7 bilhão até 2014.
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