Há exatos 100 anos, o mundo foi surpreendido com a Primeira Guerra Mundial, que dizimou milhões de pessoas no continente europeu e serviu como treinamento para os grandes nomes revelados na segunda etapa, ocorrida entre 1939 e 1945, entre os países do Eixo e os Aliados. E segunda, às 22 h, o canal History lança em sua programação a minissérie Guerras Mundiais, do diretor John Ealer, que mostra como se desenvolveram e atuaram os heróis e os monstros destes massacres, como Adolf Hitler, Benito Mussolini, Franklin Roosevelt, entre outros.
Indicada para o Emmy 2014 na categoria Melhor Documentário ou Série de Não Ficção (a cerimônia de premiação ocorrerá em agosto), a produção é dividida em seis episódios e terá dois exibidos por noite, um na sequência do outro, encerrando no dia 30.
Com um enfoque moderno, mesclando drama e documentário, Guerras Mundiais propõe uma visão esclarecedora e enriquecedora sobre o tema, desmistificando alguns dos episódios não abordados com precisão nos tempos do Ensino Médio. Mas a ideia passa longe da ‘reinvenção da roda’.
Os fatos históricos são apresentados com depoimentos inéditos do senador norte-americano John McCain, general Colin Powell, do ex-primeiro-ministro britânico John Major, entre outros, intercalados com encenações de um elenco primoroso, que provido de toda a indumentária da época fideliza ainda mais a veracidade da produção. Um dos episódios mais curiosos mostra a evolução de Hitler, que passou de mensageiro esnobado nas trincheiras da Primeira Guerra a grande líder dos países do Eixo na Segunda Guerra.
Com estilo cinematográfico, Guerras Mundiais foi gravada nos Estados Unidos e na Europa e parte de suas cenas tiveram auxílio de recursos gráficos para reconstituir o clima das batalhas, com bombas, mortes e litros de sangue ‘escorrendo’ pela tela.
A atuação dos pracinhas brasileiros na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, é o tema do documentário O Caminho dos Heróis, dirigido e apresentado pelo músico João Barone, baterista do Paralamas do Sucesso, com produção da Orbital Filmes e Design In. Gravado em 2009, mas só agora finalizado, o material será exibido na quinta-feira, 31, às 23 h, também no History.
“Meu pai atuou na Segunda Guerra, mas era muito reservado”, disse Barone ao Estado. “Nunca glamourizou a guerra e evitava ao máximo falar qualquer coisa. Sei que ele participou da tomada de Monte Castelo e do ataque final, mas nunca me disse se matou alguma pessoa. E essa reserva gerou o sentimento oposto a mim, que fiquei curioso e passei a pesquisar sobre a participação dos brasileiros na guerra.”
A bordo de um jipe da Força Expedicionária Brasileira (FEB), Barone visitou 15 cidades e italianas e resgatou a história de personagens nacionais ainda lembrados com carinho pelos sobreviventes que vivem no país. “Nossa participação na Segunda Guerra é bastante emblemática e foi durante a campanha na Itália que o Brasil começou a escrever sua história humanitária. Os pracinhas protegeram e serviram mingau à população, que sofria com a falta de alimentos. Todo esse cuidado é lembrado até hoje com carinho pelos italianos, que abrem um sorriso enorme quando você diz que é brasileiro”, explicou Barone.
Sem truques ou efeitos especiais, o documentário explora o lado afetivo dos brasileiros que se dedicaram à batalha e visita historiadores, colecionadores e sobreviventes que compartilham memórias jamais abordadas pelos livros de História.
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