Ashley Madison: Sexo, Mentiras e Escândalo, documentário em formato de série que vem sendo um dos destaques da Netflix neste fim de semana, fez sua estreia na última quarta, 15, e é baseado em um episódio real de vazamento de dados após um ataque hacker, em 2015.
O que é Ashley Madison
Ashley Madison foi um site criado em 2001, mas que obteve maior repercussão no início da década seguinte, quando a internet já estava mais estabelecida e outros aplicativos de relacionamento também começaram a fazer sucesso. A ideia era basicamente promover encontros entre pessoas casadas.
O slogan era “Life is short. Have an affair”. Algo como: “A vida é curta. Tenha um caso”, em tradução livre. O marketing da empresa era ousado: chegaram a ser feitos outdoors utilizando a imagem de políticos como Bill Clinton e o então príncipe Charles (hoje rei), destacando seus casos extraconjugais.
Consta que foram feitas ofertas de patrocínio negadas por times de futebol americano e tentativas de propagandas em TV que foram recusadas por emissoras. Há ainda outras referências em cultura pop, como no filme Homens, Mulheres e Filhos (2014), no qual o personagem de Adam Sandler utiliza a plataforma. Um site de nome semelhante também aparece num episódio de Os Simpsons.
Segundo informações do próprio Ashley Madison, o site chegou a ter mais de 37 milhões de usuários, e partia do pressuposto de que quase um terço dos usuários de outras plataformas de namoro seriam pessoas comprometidas e infiéis. Seu nome era uma referência aos dois nomes mais comuns nos Estados Unidos à época.
O ataque hacker ao Ashley Madison
No segundo semestre de 2015, um grupo hacker intitulado The Impact Team anunciou o roubo de diversos dados de clientes do site. Ao todo, seriam cerca de 9,6 GB de dados de clientes que buscavam trair seus parceiros com discrição.
O grupo acusava a Avid Life Media Inc, empresa de Toronto, no Canadá, que era dona do site e também de outras plataformas como Cougar Life e Established Men, de “fraude”. Segundo os invasores, o Ashley Madison só permitia aos usuários que desistissem do serviço apagar seus dados mediante pagamento de US$ 19. Mesmo que a taxa fosse paga, porém, os dados não eram excluídos, alegavam.
Além disso, também afirmavam que a empresa teria criado milhões de contas falsas de mulheres para atrair homens ao site. A empresa afirmou ter aberto investigações com especialistas em segurança para identificar a origem, a natureza e a abrangência do incidente, e também acusou os hackers de serem moralistas.
Dois anos depois, em 2017, a empresa mudou o nome para Ruby Life e foi condenada a pagar US$ 11,2 milhões por conta do vazamento de dados.
Ashley Madison no Brasil
O Brasil era o 2.º País com maior quantidade de usuários do site - seriam 918 mil, diante de 1,4 milhão dos Estados Unidos. À época, a imprensa brasileira repercutiu que São Paulo era a cidade no mundo com a maior quantidade de perfis cadastrados: 374,5 mil, à frente de Nova York (268 mil), por exemplo. Rio de Janeiro (156 mil) e Brasília (97 mil) também estavam entre as principais cidades.
Ashley Madison: Sexo, Mentiras e Escândalo
O documentário Ashley Madison: Sexo, Mentiras e Escândalo fez sua estreia na Netflix em 15 de maio de 2024 e, em três episódios, busca relembrar a ascensão e a queda da plataforma, entrevistando usuários e outras pessoas envolvidas no caso, que teve repercussão internacional à época. É possível assistir à série no site da Netflix.
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