Maju Coutinho decidiu quebrar estereótipos enraizados e levar os telespectadores a uma jornada por um continente vibrante e repleto de histórias não contadas. Em sua série especial ‘Que África é Essa? O Fantástico na Terra-Mãe’, a apresentadora destaca a modernidade e o potencial de nações como Quênia e Gana.
Ao longo de quatro episódios, ela revela realidades que fogem do clichê da “África do sofrimento”. Para executar a reportagem, a apresentadora permaneceu por duas semanas nos dois países. A primeira edição vai ao ar neste domingo, 3, no programa dominical da Rede Globo.
“Foi uma experiência maravilhosa. Desde que atuo no jornalismo, sinto falta de uma cobertura mais aprofundada do continente africano, que mostre a complexidade desse território. O noticiário, os filmes e os desenhos animados sempre representam a África pelo tripé: natureza selvagem, cultura exótica e tragédia humana”, diz.
“Eu considero um marco uma reportagem na TV aberta sobre o continente africano com esse viés mais positivo, focando mais nas possibilidades do que nos desafios e nas mazelas”, completa.
Maju conheceu o projeto de uma startup que criou mecanismos para acompanhar as consultas de pré-natal das mulheres no Quênia, suprindo uma necessidade da comunidade. “Visitamos três startups e todas as pessoas, inclusive os diretores, são negras, desenvolvendo projetos para solucionar questões regionais. É muito emocionante. Dificilmente vemos isso no Brasil.”
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Além disso, a capital queniana Nairobi possui arranha-céus e prédios modernos. A energia geotérmica, que não emite CO2 nem causa efeito estufa, é abundante no país. Em Gana, há táxis funcionam com energia solar na capital, Acra.
Por outro lado, a série também aborda os protestos dos jovens no Quênia contra o aumento de impostos para pagar a dívida do governo e a violência contra a população LGBTQIA+ em Gana, fomentada por grupos religiosos. Há cristãos, muçulmanos, tradicionalistas e maçons convivendo no país.
Lazer, cultura e outros roteiros na África
No último episódio, Maju explora a comida diferente que se come com as mãos, os pratos apimentados, as danças e a cultura local. Ela fala do aspecto mais marcante da experiência: “É muito legal porque vi negras chiquérrimas com terno branco, outras com roupas coloridas e também na praia. Para onde você olha, há negros.”
Maju disse que nesta viagem não teve a oportunidade de ir à terra dos seus ancestrais, o Benin, na África Ocidental, porque o país, no momento, está passando por muitas construções e, em termos visuais, não renderia por causa da grande quantidade de tapumes e obras.
Quando voltar à África da próxima vez, ela quer visitar Benin por motivos pessoais, além de ir à Nigéria, que possui uma Hollywood local e uma indústria cinematográfica pujante, pouco conhecida. Também deseja conhecer a África do Sul, “mas não apenas o roteiro eurocêntrico, quero mostrar o lado black, raiz, cabelo afro. Eu tenho essa vontade”.
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