Marcius Melhem lucra com publicações contra Dani Calabresa, diz estudo

Pesquisa feita por laboratório da UFRJ apontou que vídeos de Melhem, contra denunciante, são monetizados; humorista acusou pesquisa de ‘desinformação’ e Reitoria respondeu

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Por Redação
Atualização:

CO ator e humorista Marcius Melhem, réu por assédio sexual contra três mulheres, lucra com as publicações que faz contra suas acusadoras nas redes sociais, aponta estudo da UFRJ.

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Intitulado Orquestração Multiplataforma da Misoginia: O Caso Marcius Melhem, o levantamento foi feito pelo Laboratório de Estudos de Internet e Mídias Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Com a coleta e análise de 77.898 publicações de redes sociais e de reportagens entre dezembro de 2020 e junho de 2023, o estudo avaliou vídeos postados no canal de Melhem, publicações de Dani Calabresa e notícias sobre o caso em portais de fofoca.

No canal do YouTube do humorista, ele fala sobre as acusações e contra as denunciantes – há vídeos em que ele se refere a uma publicação de Calabresa como “post cara de pau, cínico e mentiroso”. Conforme o estudo apurou, entre os 75 vídeos analisados no canal, 65 são monetizados.

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Dani Calabresa / Marcius Melhem  Foto: Estevam Avellar/Globo; João Cotta/Globo

A pesquisa ainda analisou publicações de Dani, especialmente nos casos de publicidade. Segundo o estudo, 80% dos comentários avaliados eram feitos contra a denunciante, e há vários feitos pelos mesmos perfis.

Em suas redes sociais, Melhem respondeu à notícia do estudo e alegou que se trata de um laboratório que espalha desinformação. “Mais um capítulo da tentativa de me calar”, escreveu. O ator procurou a assessoria da imprensa da Reitoria da UFRJ, que declarou que o estudo não era uma afirmação direta dos reitores da universidade.

“As conclusões da pretensa pesquisa do NetLab soam mais como acusações do que como um levantamento científico”, declarou a equipe jurídica do humorista. “Um pretenso estudo que parece ter sido feito sob encomenda para servir como peça acusatória e tentar tirar de Melhem seu legítimo direito de defesa, razão única de ter criado seu canal”.

Nesta terça-feira, 10, a Reitoria da UFRJ se manifestou publicamente e ressaltou que, apesar da pesquisa não pertencer aos reitores, ainda é um estudo da instituição.

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“Dferentemente do que foi divulgado por Marcius Melhem, ex-diretor da TV Globo, a Reitoria não afirmou que a pesquisa Orquestração Multiplataforma da Misoginia: O Caso Marcius Melhem (...) não tem vínculo com a UFRJ”.

Segundo a instituição, o estudo é, sim, “produto de um dos 1.456 laboratórios de pesquisa da nossa Universidade centenária”.

Os representantes da universidade também ressaltaram a experiência dos pesquisadores. “O NetLab pesquisa temas que ganharam destaque nos meios de comunicação e na agenda pública. Enfatizamos que o referido laboratório é reconhecido pela excelência e contribuição”, complementou a instituição.

UFRJ Foto: ESTADÃO CONTEÚDO / ESTADÃO CONTEÚDO

Nesta terça-feira, 10, o ator também respondeu à pesquisa com mais um vídeo em seu canal.

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Leia a declaração completa enviada pelos advogados de Melhem ao Estadão:

“As conclusões da pretensa pesquisa do NetLab soam mais como acusações do que como um levantamento científico. Todas as questões ali apontadas foram analisadas e explicadas na live feita por Marcius Melhem em seu canal @omarciusmelhem, no último dia 21 de setembro.

A tal pesquisa usa o nome e a credibilidade da UFRJ para imputar a Melhem a grave acusação de produzir desinformação. Um pretenso estudo que parece ter sido feito sob encomenda para servir como peça acusatória e tentar tirar de Melhem seu legítimo direito de defesa, razão única de ter criado seu canal.

A acusação foi feita e enviada a diferentes veículos de imprensa sem que Melhem tivesse acesso à pesquisa, tornada pública apenas na manhã desta segunda-feira (9). Há 15 dias, pedimos acesso à suposta pesquisa ao próprio NetLab e à Reitoria da UFRJ. Na tarde desta segunda-feira, foi enviada uma nota pela Diretoria de Assessoria de Imprensa e Imagem Institucional da universidade ressaltando que o estudo é proveniente do NetLab e não um posicionamento público da UFRJ.

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É de se estranhar que uma universidade pública, centro público de excelência e orgulho de todos os brasileiros, seja usada agora para produção de narrativas falsas para atender ao interesse de um grupo. No mais, é no mínimo curioso que o NetLab, que nasceu justamente para combater a desinformação, esteja nesse momento se deixando usar para disseminar uma grave fake news.”

Nota assinada pelos advogados: Ana Carolina Piovesana, José Luis Oliveira Lima, Letícia Lins e Silva e Técio Lins e Silva.

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