PUBLICIDADE

Morre Silvio Santos: ‘Deixa legado que não será esquecido’; empresários prestam homenagem

Apresentador fundador do SBT tinha 93 anos e estava internado desde o início de agosto em São Paulo

PUBLICIDADE

Foto do author Wesley Gonsalves
Atualização:

Empresários e publicitários expressaram pesar pela morte do apresentador e empresário Silvio Santos, aos 93 anos, neste sábado, 17. Silvio Santos estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde o início de agosto e a causa da morte foi broncopneumonia decorrente da H1N1.

Silvio Santos durante gravação do 'Troféu Imprensa', do SBT. Foto: Celso Junior/Estadão - 04/04/2002

PUBLICIDADE

“A TV brasileira perdeu hoje Silvio Santos e está de luto. Em nome da família Saad e da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão me solidarizo com os seus familiares e companheiros de trabalho do SBT. Silvio Santos foi o maior comunicador da história da TV brasileira. Deixa gerações de fãs e de seguidores e um enorme legado que não será esquecido”, escreveu João Saad, presidente da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão.

A TV Globo mudou a programação para homenagear Silvio Santos neste sábado. “No dia em que a televisão brasileira acordou já com saudades de um de seus grandes talentos, lembro com carinho e gratidão dos anos em que Silvio Santos ajudou a escrever também a história da Globo. De 1965 a 1969, o Programa Silvio Santos foi exibido pela TV Globo para a cidade de São Paulo e depois, até 1976, foi levado para todo Brasil. Já desde então se destacavam a alegria e o talento que divertiram os domingos dos brasileiros e inspiraram tantos profissionais. É com carinho que me recordo também da relação de amizade, admiração e respeito mútuos que tinha com meu pai, Roberto Marinho, com quem compartilhou três grandes paixões: a comunicação, a televisão e o Brasil”, disse, em nota, João Roberto Marinho, presidente do Grupo Globo.

Marcelo Rech, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), destacou que o apresentador “levou alegria e diversão a milhões de brasileiros”. “Silvio Santos também escreveu muitos capítulos da história da imprensa brasileira por intermédio do telejornalismo do SBT, com destacada atuação de grandes profissionais do jornalismo nacional. Por intermédio de sua rede de TV, Silvio também consolidou muitas parcerias e colaborações em âmbitos locais com jornais em diferentes Estados brasileiros, levando informação de qualidade e profissional à população brasileira”, disse.

Márcia Esteves, CEO da Lew’Lara\TBWA e presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), chamou Silvio Santos de “o maior comunicador do nosso país”. “Inigualável, disruptivo, emblemático e insubstituível. Aquele que abriu a porta da esperança para tantos brasileiros ficará para sempre em nossos corações.”

Nizan Guanaes, fundador da Agência Africa, lembrou nas redes sociais quando Silvio Santos explicou na TV o lançamento do Plano Real, em 1994. “Quando eu vou explicar para um jovem redator a maneira óbvia de nós falarmos as coisas, eu sempre cito Silvio Santos, ou seja, a gente tem que repetir as coisa. Ele tinha uma maneira incrível, ninguém se comunicou como ele, eu nunca vi alguém se comunicar com o povo, de uma maneira mais incrível e mais autêntica que o Silvio Santos. E no Plano Real, nós sugerimos Fernando Henrique Cardoso pedir ao Silvio Santos para ele explicar para a população o que era esse novo plano econômico. Ninguém sabia fazer isso melhor que Silvio Santos”, disse.

Célio Ashcar Jr, sócio da AKM e presidente do conselho da Ampro (Associação de Marketing Promocional), também destacou a trajetória do apresentador. “Silvio Santos foi o maior comunicador que o Brasil teve. Ele vivia em ritmo de festa e e abriu a porta da esperança para muitos brasileiros.”

Publicidade

Hugo Rodrigues, presidente do conselho da rede de agências de publicidade McCann Worldgroup lembrou que, quando criança, seu sonho era participar do Show de Calouros. “Achava aquilo tão mágico quanto as “Portas da Esperança”, ou a brincadeira do Troca ou não Troca (“Sim ou Não”), entre outros. Silvio para mim, como criança, de classe média baixa, era a própria esperança de mudança de vida. Quando ganhei a conta do SBT, em 2009, já como COO da Publicis, a emoção e a alegria de poder estar na Casa que ele fundou, me trouxe novamente aquela sensação de ‘sonho’, mas agora realizado. Até hoje, mais de 15 anos depois, e como membro do Conselho da emissora, continuo me sentindo agradecido e grato.”

“Único”. Foi assim que Edson Giusti, fundador da Giusti Comunicação, definiu o apresentador morto neste sábado. “Silvio Santos foi único. Tivemos o orgulho de atender o SBT por 16 anos . Aprendemos muito com a cultura da emissora . O SBT tem uma importância histórica para o mercado publicitário: é a emissora da família brasileira que fala com todas as camadas da sociedade. É popular sem ser popularesca. Fala com a alma dos brasileiros.”

A Confederação Israelita do Brasil também prestou homenagem a Silvio Santos. “Como membro da comunidade judaica, Silvio sempre fez questão de manter suas raízes e valores, tornando-se um símbolo de orgulho para judeus em todo o Brasil. Sua contribuição vai além da televisão; seu impacto é sentido no campo empresarial, cultural e social. A Conib expressa sua gratidão por sua influência e liderança, que permanecem como um legado valioso para as futuras gerações.”

A presidente do Publicis Groupe, Gabriela Anofre, lamentou a morte do empresário e apresentador enfatizando o papel de Abravanel como “um dos principais ícones do entretenimento, da cultura e do empreendedorismo brasileiro”. “Silvio Santos tem uma história que inspira a todos nós pela determinação e a alegria. Ele nos deixa de legado inúmeras memórias afetivas e uma emissora de TV que é um dos mais importantes canais de conexão com o público brasileiro, além de parceiro fundamental para toda a indústria da comunicação. Neste momento de dor, o Publicis Groupe se solidariza com seus familiares e amigos, com nossos colegas do SBT e com todas as pessoas que sorriram com Silvio ao longo de tantas décadas”, diz.

PUBLICIDADE

Para o presidente da DPZ, Benjamin Yung, a partida Silvio Santos deixa uma lacuna nos domingos de todos os brasileiros, que ao longo de anos, foram companhia do comunicador em tantos programas dominicais. de “Hoje, milhões de brasileiros estão com o coração apertado e os olhos marejados porque a história de Silvio Santos se mistura com a história de cada um de nós”, afirmou Yung, que complementou: “A gente ria e contava com a sua astúcia, passamos e repassamos inúmeras perguntas, topamos tudo por dinheiro, frequentamos aquela praça que era nossa, vivemos a noite e, no domingo, aguardávamos a sua célebre frase: ’Vamos à luta! Estejam com Deus, e até domingo que vem, se Deus quiser’. Este domingo vai ser diferente. Deus quis tê-lo ali do seu lado. Mas o seu legado continuará aqui eternamente entre nós. Vamos à luta!”

“Ícone nacional ao longo de todos esses anos”, foi assim que Karina Ribeiro, CEO da VML Brasileiro lembrará do comunicador que morreu neste sábado. A executiva destacou o papel do apresentador que ajudou a criar um modelo de comunicação que moldou a história da televisão no País. “Silvio e a comunicação de massa no Brasil são elementos praticamente indissociáveis. Ele ajudou a criar um modelo de se comunicar que inspirou outros comunicadores que vieram depois dele e que contribuiu inclusive para a consolidação da TV como um elemento central da cultura brasileira nas últimas décadas. Enquanto prestamos nossos mais sinceros sentimentos à família Abravanel, honramos o legado que Silvio deixa para o Brasil”, enfatizou a CEO.

Para o fundador da Troiano Branding, Jaime Troiano, esta semana foi particularmente dura com nomes importantes da comunicação em massa no País, por ter levado o diretor geral da Globo, Octávio Florisbal, com quem Abravanel também trabalhou, e em seguida, o próprio Silvio Santos. “Um dos dois ou três maiores comunicadores que nossa televisão já teve. O grande líder e idealizador da família SBT”, disse.

Publicidade

Sérgio Gordilho, co-presidente da Africa Creative, também enfatizou a importância de Abravanel em transformar a televisão brasileira em uma grande potência para a construção de marcas, fator que movimenta a economia doméstica até os dias atuais. “Ele foi um empresário apresentador e um apresentador empresário que transformou a TV na maior plataforma de e-commerce do Brasil antes mesmo dessa palavra ter sido criada”, apontou Gordilho.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.