A Netflix anunciou na sexta-feira, 15, que demitiu um funcionário por divulgar sobre o quanto foi pago pelo especial de comédia The Closer, de Dave Chappelle, que algumas pessoas consideraram como sendo transfóbico.
O funcionário, que não foi identificado, compartilhou "informação confidencial e comercialmente sensível para fora da empresa", disse um comunicado da Netflix.
"Nós entendemos que o funcionário possa ter sido motivado por seu desapontamento e dor em relação à Netflix, mas manter uma cultura de confiança e transparência é primordial em nossa companhia".
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A nota diz que a informação foi usada em uma notícia da Bloomberg, que reportou que a Netflix gastou US$ 24,1 milhões em The Closer, que estreou na última semana. O artigo também menciona os baixos orçamentos para o especial de Chappelle em 2019, um especial de Bo Burnham e o sucesso Round 6.
A Netflix afirma que uma revisão de seus registros internos apontaram o acesso às informações a uma única pessoa, que "admitiu que baixou e compartilhou informações sensíveis da companhia externamente".
The Closer estreou em 1º de outubro e já teve ao menos 10 milhões de visualizações. Porém, surgiram protestos por parte da comunidade transgênero e ativistas LGBTQ+.
O grupo GLAAD, que monitora meios de comunicação, dise que "conteúdo anti-LGBTQ+" viola a política da Netflix de rejeitar programas que incitam ódio ou violência.
De qualquer forma, o co-CEO da Netflix, Ted Sarandos, afirmou a gerentes em um memorando interno que o programa "não passa da linha em ódio" e vai permanecer no serviço de streaming.
Diversos funcionários da Netflix, incluindo um engenheiro de software identificado como transgênero, criticaram o especial. Empregados transgêneros e seus colegas estão planejando fazer uma debandada como protesto na próxima quarta-feira, 20.
"Nossas lideranças nos mostraram que eles não se mantêm aos valores os quais apoiamos", consta em uma postagem feita na segunda-feira, conforme reportado pelo Los Angeles Times.