Pedro Bial poderia ter se tornado apresentador do Jornal Nacional, segundo revelou Boni, ex-diretor da Globo, no novo livro O Lado B de Boni.
O nome do atual anfitrião do Conversa com Bial foi sugerido pelo então executivo da emissora carioca após uma reformulação no departamento de Jornalismo que acarretou na saída de Sérgio Chapelin e Cid Moreira da famosa bancada em 1996.
Em entrevista exclusiva ao Estadão, Boni conta que, apesar de ter aprovado a reestruturação do telejornal, acreditava que a dupla de apresentadores deveria ter sido substituída de maneira mais suave.
“Na televisão, aprendi desde cedo que não se quebra um hábito. Não se muda de repente. [Na época] A minha opção era continuar com uma dupla masculina. Minha dupla era Bial e Bonner. Mas o departamento de Jornalismo optou por Bonner e Lilian Witte Fibe. Foi uma decisão do Evandro Carlos de Andrade [ex-diretor do canal, falecido em 2001]. Eu queria discutir essa escolha, mas foi uma decisão da empresa e nem sequer discutimos as outras opções. Mais tarde tiveram que fazer substituições. Com a mudança, independente da qualidade da dupla nova, o jornal perdeu 20 pontos de audiência e nunca mais recuperou. Não se brinca com hábito na televisão”, diz.
Desde então, passaram pela bancada do JN as jornalistas Sandra Annenberg, Fátima Bernardes, Patrícia Poeta e Renata Vasconcellos, atual apresentadora ao lado de William Bonner.
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No livro, o publicitário de 88 anos, famoso por ter implementado o “padrão Globo de qualidade”, ainda afirma que Bial é “um dos maiores comunicadores da história da nossa televisão” e também relembra quando contratou Bonner por indicação da esposa.
“O Bonner havia sido descoberto na TV Bandeirantes pela minha mulher, Lou, que estava assistindo à emissora e me recomendou que eu desse uma olhada nele. Vi e mandei contratar o Bonner para a Globo de São Paulo, e ele rapidamente fez uma bela carreira em nossos telejornais”, rememora Boni.
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