Chocolate com Pimenta, um clássico de Walcyr Carrasco que foi ao ar originalmente na faixa das 18h da Globo, é a novela mais revista do Projeto Resgate do Globoplay, de acordo com um ranking conseguido com exclusividade pelo Estadão com a emissora.
A novela conta a história de Ana Francisca, uma menina pobre interpretada por Mariana Ximenes, que se apaixona por Danilo, bonitão da cidade vivido por Murilo Benício. Ela é abandonada por ele e vira piada na cidade. Grávida, casa com Ludovico, o gentil dono de uma fábrica de chocolates, que assume a criança e, que depois de morrer, deixa toda a herança para a menina. Anos mais tarde, Ana Francisca volta à cidade para se vingar de todos que a maltrataram no passado.
Chocolate com Pimenta é sucesso desde sua primeira exibição, em 2003, e repetiu o feito de conquistar bons números de audiência todas as vezes em que foi reprisada, duas delas no Vale a Pena Ver de Novo e uma terceira na faixa especial da Globo logo após o Jornal Hoje.
A novela manteve o ritmo de crescimento no consumo, mesmo depois de terminada a exibição na faixa especial da TV Globo - o último capítulo foi exibido em 30/06/2023. Só no primeiro semestre de 2024, houve crescimento de 25% no consumo da obra quando comparado ao segundo semestre do ano passado.
Entre as produções que compõem as 15 mais vistas do Projeto Resgate, que há quatro anos insere no catálogo do Globoplay novelas, séries e minisséries da história da Globo, estão outros clássicos como Mulheres de Areia, Tieta, Laços de Família, A Viagem e Vale Tudo.
Confira abaixo o ranking com as 15 novelas mais vistas no Globoplay:
- Chocolate com Pimenta
- Mulheres de Areia
- Mulheres Apaixonadas
- O Clone
- Tieta
- América
- Laços de Família
- A Viagem
- Renascer (1993)
- Alma Gêmea
- Páginas da Vida
- Cabocla
- Duas Caras
- Paraíso Tropical
- Vale Tudo
Projeto Resgate leva há quatro anos produções da Globo para o streaming
Em 2024, o Projeto Resgate completa quatro anos disponibilizando, na íntegra, novelas, séries e minisséries do acervo da Globo. Até junho deste ano, foram publicadas 100 obras que constituíram a história da teledramaturgia brasileira, reativando a memória afetiva das gerações anteriores ou sendo descoberta por um público mais jovem.
“Esse já era um projeto antigo, mas que a pandemia acabou acelerando um pouco o início”, comenta Flavio Furtado, gerente de Programação do Globoplay, em entrevista ao Estadão. “A gente olhava par o acervo da Globo e sabia dessa riqueza, de como ele foi importante para a construção da dramaturgia nacional”, continua.
Uma verdade dentro do mercado de teledramaturgia é que não dá para falar de televisão no Brasil sem citar a participação da emissora, tanto na construção de um público de telenovela, com sua grade fechada de faixas, grandes autores, atrizes e atores. “[A gente sabia] Que isso tinha uma demanda de público, de fãs de novela, sejam os que tiveram oportunidade de ver [quando foram exibidas] ou que só conheciam de literatura, pequenos pedaços, uma cena ou outra disponível. Vemos isso tanto como um valor pra memória da da teledramaturgia, mas também um valor para o próprio usuário assinante do GloboPlay”, afirma Flávio.
O projeto é responsável por incluir uma novela da história da emissora a cada 15 dias. Segundo Flávio, desde o início, não há uma quinzena em que uma produção não tenha ido para o streaming. Quem tem assinatura da plataforma - que custa a partir de R$ 27,90 por mês - pode ver tanto novelas que foram exibidas mais recentemente, nos anos 2010, como Sete Vidas (Licia Manzo, 2015), A Força do Querer (Glória Perez, 2017) até produções que estrearam nos anos 1970, como Dancin’ Days (Gilberto Braga, 1978) e a primeira versão de Anjo Mau (Cassiano Gabus Mendes, 1976). As novelas do projeto representaram 25% do consumo das produções do tipo da plataforma. Em agosto, a plataforma estreia em seu catálogo duas novidades, Pecado Rasgado (1978), de Silvio de Abreu, e Ciranda de Pedra (2008), de Alcides Nogueira, livremente inspirada no romance homônimo de Lygia Fagundes Telles.
No entanto, infelizmente, nem todas as novelas que foram exibidas podem ser disponibilizadas na plataforma. As questões que envolvem uma publicação começam na pesquisa de quais delas estão completas no acervo da emissora. “[Selecionar] é a parte mais divertida. Primeiro a gente tem que ver se esses conteúdos estão na íntegra, de uma forma que a gente consiga é disponibilizar para o assinante, depois a gente tem que passar por trâmites de pareceres jurídicos e ver se tem alguma coisa que impeça a publicação”, comenta. Para produções que não estão completas, cujo material foi perdido ao longo dos anos, a plataforma também criou o projeto Fragmentos, para novelas que tinham menos de 20 capítulos disponíveis.
“Depois, tem todo um processo de adequação desses materiais, digitalizar o que tiver em fita, passar no controle de qualidade, em alguns casos de fazer alguma pós-produção, algum ajuste de imagem e por aí vai”, pontua. A ideia, diz Flávio, é ter sempre um equilíbrio entre décadas, autores, grandes sucessos, outros nem tão grandes assim. “A ideia é trazer tudo que já foi exibido pela Globo e que tiver completo no nosso acervo de novelas”, complementa.
Além disso, existe o termômetro das redes sociais, já que usuários estão sempre pedindo produções em comentários nos perfis da empresa.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.