Bianca Rinaldi, embora não admita aqui nesta entrevista, é a grande estrela da Record. Protagonizou três novelas, entre elas A Escrava Isaura, que está no ar na Univision (maior rede hispânica nos Estados Unidos). Sua carreira começou aos 15 anos, como Paquita do Xou da Xuxa - por isso, sofreu preconceito de colegas. Mas nada parece tirar o humor da moça, que conversou com o Estado, por telefone, enquanto fazia fisioterapia para uma contusão na coxa (fruto das gravações da atual novela, Caminhos do Coração). Como vê a repercussão de A Escrava Isaura no exterior? Eu me sinto super realizada e feliz porque abre uma porta muito grande para mim. Você esperava tudo isso quando foi para a Record? Tinha mandado meu currículo na época em que ouvi que haveria mudanças. Fui chamada para uma reunião com o Herval (Rossano, diretor), mas nem sabia que eles iriam fazer novela. O convite foi para ser a Isaura? Sim, foi um convite muito claro. Nem fiz teste nem nada. Ele me viu, disse que eu teria de ser a Isaura e pediu para ver se a grana estava boa. Foi no susto! O que veio primeiro foi a satisfação e, depois, a preocupação em fazer o trabalho. Mas o que viesse era lucro. Não sabia onde iria chegar. Você tinha visto A Escrava Isaura na Globo? Não, nenhum capítulo. Então você não se espelhou na Lucélia Santos? Não. Fiz o que achava que deveria ser feito. Como você virou paquita? Também por acaso. Enviei foto, preenchi um formulário e me chamaram. Era algo que você queria? Não. Surgiu essa oportunidade e eu fui. E Malhação? Ah, Malhação eu queria! Fiz oficina da Globo, fiz teste. Foi algo consciente e já estava objetivando minha carreira que começou ali, na oficina. Depois veio o SBT... É. Fui para o teatro fazer As Meninas, de Lygia Fagundes Telles, e surgiu o convite do SBT e fiz Chiquititas, A Pícara Sonhadora e A Pequena Travessa. Você começou na Globo, foi para o SBT, cuja produção é menor, e está na Record. Tem diferença? O que fiz na Globo como dramaturgia foi muito pouco para comparar. No SBT, as pessoas dão o que podem para fazer bem. O importante é a realização do trabalho e, por onde passei, a dedicação ao trabalho foi excelente. E como está a Record, agora com o Recnov? As pessoas se sentem parte desse crescimento da Record e estão todos empolgados. Como é ser a estrela, a musa da Record ? Ah, não sou estrela e sou musa só do meu marido (risos)! Faço parte de uma empresa e tenho destaque como atriz. Se estou ali como protagonista é porque confiam no meu trabalho. Em Caminhos do Coração, você dá chutes, socos, tem superforça... Como você faz essas lutas? Para você ver, estou aqui falando com você e fazendo fisioterapia. Faço defesa pessoal e quase não uso dublê. Essa semana, a gente gravou em São Paulo, estava correndo e me deu uma contusão na coxa. Tenho um coreógrafo. Você começou cedo na carreira, entrou na banheira do Gugu, posou nua... Você faria isso hoje? Nunca fiz isso para chamar atenção. Não me arrependo de nada que fiz porque eu achava bacana na época. Muita ex-paquita fez isso... Não só ex-paquita. Muitas atrizes fizeram isso. E não era ensaio nua, era seminua. Mas hoje você não faria? Não, porque, com a internet, se você faz um trabalho nu, isso vai para o mundo inteiro e te colocam em situações que você nem imagina. Você sofreu preconceito por ser ex-paquita, ex-chiquitita? Claro, isso existe, mas nunca dei bola para isso. É muito mais fácil a pessoa criticar do que elogiar. O ser humano é assim. Hoje não existe mais isso. A Escrava Isaura foi um marco na minha carreira porque teve um peso dramático maior e mostrei meu trabalho como atriz. Até porque era um trabalho que possibilitava comparações. Drops Blog: "Você entrou no meu site? Ah, entra lá! Um dia um fã me mandou um e-mail pedindo permissão para colocar um site meu no ar. Gostei e ele me deu o primeiro site. Agora, decidi contratá-lo e a página está linda! Sempre deixo um recado para os fãs no meu blog, até porque não dá para responder a todos os e-mails. Eles entendem." Carreira: "Nunca tive um grande papel no cinema e é algo que quero fazer. Queria fazer minissérie também, porque nunca fiz, e outra novela de época." Dublagem: "Acho legal porque a gente tem que se adaptar ao que o público quer ver. Não adianta a Bianca lá (na Univision, rede americana para o público latino) falar português! A gente dá risada porque é engraçado pensar: ?Não falei assim tão melosa!?". Caminhos do Coração: "Eu me divirto muito, me sinto realizada e todo mundo está feliz com o trabalho. É uma trama ousada e é preciso coragem para colocar isso numa novela. Tiago (Santiago, autor) é aberto a experimentar e isso é legal."
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