‘Succession’: 5 perguntas vitais a serem respondidas no episódio final

Fim de série da HBO vai ao ar neste domingo, 28. Um dos irmãos Roy sairá vencedor? O divórcio de Shiv foi cancelado? E a democracia americana?

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Por Jennifer Vineyard
Atualização:

THE NEW YORK TIMES - Com poucas exceções, Succession, série de sucesso da HBO, seguiu o modelo de Seinfeld em que os personagens não aprendem as lições nem se abraçam no final. Isso ficou claro à medida em que os ultraprivilegiados irmãos Roy tentavam substituir seu pai morto, Logan (Brian Cox), no topo do império midiático Waystar Royco.

Por algum motivo - apesar do narcisismo, da imprudência e da chocante falta de desenvolvimento pessoal deles - nós realmente nos importamos com o que acontece a eles e seus lacaios. Quem será ganhador? E qual será o custo pessoal?

Justin Kirk como Jeryd Mencken em 'Succession' Foto: HBO

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Agora, com o episódio final de 90 minutos da série programado para ir ao ar neste domingo, 28, parece que estamos prestes a receber algum tipo de resposta, enquanto a longa e mortal disputa corporativa ruma para o fim. Mas, antes que isso aconteça, o programa ainda tem muitas questões para responder.

Será que uma grande conclusão pode cobrir todas elas? Aqui estão algumas que gostaríamos de ver resolvidas.

Pergunta: O que a América decidirá?

Na esperança de ajudar a garantir suas próprias posições de liderança, Kendall e Roman Roy (Jeremy Stron e Kieran Culkin) dirigiram a rede direitista de notícias da Waystar, ATN, para anunciar a vitória do candidato de extrema direita à presidência, Jeryd Mencken (Justin Kirk), que indicou que ele acabaria com o acordo GoJo. Mas as cédulas queimadas em Milwaukee significam que a eleição ainda está em disputa, e o candidato democrata, Daniel Jiménez (Elliot Villar), ainda tem uma chance de chegar à Casa Branca. Quanto tempo mais a contagem de votos vai se arrastar? Nós veremos uma resolução?

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Seja qual for o resultado, os principais chefões da Waystar estão vulneráveis. Se as motivações dos Roy para anunciar a eleição para Mencken vierem à luz, a ATN não deve sobreviver. (Então, de novo, paralelos com o mundo real sugerem que podem). Talvez ninguém seja tão vulnerável quanto Tom, que, como chefe da ATN, pode mais uma vez esar sob risco de se tornar um boi de piranha, um destino do qual quase não escapou durante o escândalo da linha de cruzeiros da companhia.

O episódio final pode precisar de um avanço de tempo significativo para juntar tudo isso. E em relação ao dano duradouro do ataque à democracia americana? Isso pode ser algo complicado para qualquer episódio de TV resolver.

Pergunta: O que o conselho decidirá?

Logan disse uma vez que a vida era uma “luta por uma faca na lama”. Se seus filhos querem controlar qualquer companhia que surja das negociações Waystar-GoJo - tirando-a do magnata da tecnologia Lukas Matsson (Alexander Skarsgard) - eles precisam aumentar seus esforços, rápido (e trazer uma arma para aquela luta de facas).

Nenhum dos irmãos Roy tem posições seguras ou defensores fortes. Kendall pensou que apoiar Mencken garantiria sua futura ajuda em parar a venda de GoJo, o que ajudaria os filhos de Roy a continuar com a companhia. Mas Mencken parece propenso a desrespeitar aquela promessa. Nem Mencken parece respeitar quaisquer dos irmãos: Roman perdeu todo dinheiro que tinha após seu colapso no funeral de Logan. (Mencken chama-o de “Grim Weeper”). Kendall perde a sua com sua abordagem servil à negociação.

Do jeito que as coisas estão, Mencken está considerando aprovar a compra da Waystar pela GoJo se um CEO americanos for incluído, e nenhum dos irmãos entraria na lista de Matsson. A irmã deles, Shiv (Sarah Snook), pena que está na fila, mas Matsson não concordou com isso. Se tudo que Matsson quer é um peão útil, ele pode estar olhando para Tom (Matthew Macfayden), que é dedicado ao trabalho e flexível em suas lealdades, ou Greg (Nicholas Braun), que seria fácil de manipular.

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Jeremy Strong como Kendall Roy, Sarah Snook como Shiv Roy e Kieran Culkin como Roman Roy em Succession Foto: HBO via AP

Por mais que o negócio dê errado, não há garantia de que Matsson e o conselho queiram um membro da família Roy. Eles têm muitas razões para isso. Devido às brigas internas da família e tomadas de decisões precipitadas, o conselho pode decidir colocar alguém com experiência real - talvez Gerri (J. Smith-Cameron) ou Stewy (Arian Moayed).

Pergunta: Shiv e Tom são ‘salváveis’?

Colocando de outra forma, o ‘Shivorce’ está cancelado? Pondo ainda de outra forma, Shiv pode ter tudo - uma carreira de alto poder e uma família funcional? Independente do que ela faça, ela tem que escolher alguns objetivos para se comprometer. Se ela está tão ocupada variando em suas várias posições, fica difícil saber em qual ela realmente se encontra.

Por exemplo, se Shiv realmente sente repulsa por Mencken? Ou se seus valores pendem para a esquerda somente quando não interferem em seu ganho pessoal? Shiv quer o acordo GoJo apenas para que isso permita com que ela se torne CEO, ou ela apoiaria isso mesmo sob outra liderança? Shiv garante a Matsson que sua maternidade iminente não é um problema - da forma como ela descreve, ela pode até colocar a criança para adoção. Mas ela realmente deseja seguir os passos de seu pai abusivo e negligente?

Shiv precisa tomar essas decisões - sobre a pessoa e a mãe que ela deseja ser - antes que ela considere uma reconciliação com seu ex-marido, Tom; caso contrário, seu relacionamento será tomado por suas dinâmicas tóxicas, qualquer que seja o jogo corporativo e político que se dê.

Pergunta: O passado de Kendall deve atropelá-lo?

Em cada final de temporada até agora, Kendall teve que chegar a um acordo, de algum nível, com a morte de um garçom por afogamento em que ele ajudou a causar no casamento de sua irmã. A notícias de seu envolvimento ainda não se tornou pública; se ou quando isso acontecer, será uma loucura, apesar de que, a essa altura, o “quando” pareça mais provável que o “se”.

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Seus irmãos sabem a verdade; ele confessou a eles ao fim da 3.ª temporada. O primo Greg também sabe de alguns detalhes a partir do momento de que ele conectou Kendall ao garçom. E Marcia (Hiam Abbas) e seu filho, Amir (Darius Homayoun), que estavam presentes durante as decorrências do acidente, são uma ameaça ao álibi de Kendall.

E ainda há o ex-segurança de Logan, Colin (Scott Nicholson), que ajudou a encobrir tudo. Deve ser por isso que Kendall ficou tão preocupado no episódio 9 quando descobriu que Colin estava fazendo terapia - e sentiu que era necessário fazê-lo saber que ele sabia. Nós não ouvimos muito ultimamente sobre o podcast que investiga a maldição da família Roy, mas devemos lembrar que, independente do grau de confidencialidade que um acordo possa ter, os segredos têm uma maneira de vazar. `

Pergunta: Qual o destino de Greg?

Primo Greg, também conhecido como o irmão mais novo e asqueroso, vendeu sua alma há muito tempo, o que lhe assegurou algum tempo com as pessoas mais importantes do mundo. Mas alguma delas tem respeito por ele? (Podemos responder isso por nós mesmos: não).

Pode ser que o desrespeito deles - e o nosso - por Greg seja parte do sentido de Succession. Ele define o ‘cair para cima’. No início, sua mansidão desarmante fez dele algo bom para a audiência, com sua mediocridade como boa fonte de alívio cômico. Mas então ele começou a dominar as habilidades para este mundo rarefeito de ambição implacável, incluindo chantagem, perjúrio e traição. Agora ele é convidado para todas as festas, apesar de que ninguém parece querer ver ele por lá.

Nesta temporada, ele levou isso para o próximo nível ao ajudar a facilitar o anúncio prematuro da ATN sobre as eleições. Se tudo explodir, parece improvável que ele se afunde junto com Tom, até porque ele sabe onde os corpos estão enterrados voltando lá atrás, quando Tom comandava a divisão de cruzeiros.

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Se Matsson for bem-sucedido, ele poderá ver a vantagem de ter um Roy aliado que não seja contencioso como Kendall, Roman ou Shiv - um Roy que ele possa controlar. No mínimo, Matsson e Greg saem melhor na foto juntos, ambos com mais de 1 e 80 de altura. Posições de liderança já foram decididas por menos.

* Esse artigo foi publicado originalmente no The New York Times.

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