Acabaram-se as sitcoms. A vida de Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) no episódio 8 de WandaVision é só flashback de trauma, memória e dor, culminando numa esperada revelação – ou duas. Mas o novo capítulo adicionou mais perguntas do que trouxe respostas. Um último episódio de menos de 30 minutos parece ser pouco para responder tudo.
Não à toa, o título é Nos Capítulos Anteriores” O episódio começa com Agatha Harkness (Kathryn Hahn) no passado, mais precisamente em 1693. Ela está em Salem, onde na vida real aconteceram execuções de mulheres consideradas bruxas. Agatha é uma, mas está sendo julgada por outras bruxas. Só que, na hora da execução, ela suga toda a energia das outras bruxas para si, tornando-se mais poderosa.
E claro que, se der, ela quer fazer a mesma coisa com Wanda Maximoff. Por isso, leva a nossa heroína por um passeio por seu passado, começando lá em Sokovia, quando Wanda era uma garotinha vivendo num país sob esfera soviética que está em guerra. O único respiro são as antigas sitcoms americanas que o pai de Wanda e seu irmão gêmeo Pietro tenta vender. Sitcoms como The Dick Van Dyke Show, que Wanda emula em Westview. Elas são seu lugar de conforto.
Os pais de Wanda são mortos por uma bomba das indústrias Stark, o que explica a aliança dos irmãos à H.Y.D.R.A. Numa segunda porta, Wanda é submetida pela maléfica organização a um experimento científico, sendo exposta à Joia da Mente. Todas as outras cobaias humanas aparentemente morreram. Mas não Wanda. Ela parece ter seus poderes consolidados pelo contato.
Mais tarde, com seu irmão já morto na Batalha de Sokovia (como visto em Vingadores: Era de Ultron), Wanda agora está sob a tutela dos Vingadores. No quartel-general do grupo, ela se sente sozinha. Só “Malcolm in the Middle” a salva. E Vision (Paul Bettany). É ele que vem consolá-la, de uma maneira bem eficiente para alguém que não é totalmente humano. “O luto é apenas uma extensão do amor”, ele diz. E isso explica o amor de Wanda por ele.
O que nos leva a outra porta, que coloca Wanda e Agatha num flashback em que ela vai até a sede da S.W.O.R.D. para reaver o corpo de Vision e poder viver seu luto. Lá, o diretor Taylor Hayward (Josh Stamberg) lhe mostra o corpo de Vision desmembrado e diz que Wanda não pode levá-lo, por ser a maior arma já criada pelo homem.
É assim que ela vai parar em Westview, que ficou bem arrasada depois do “blip” que levou parte da humanidade. Wanda vai à casa em que moraria com Vision, que não está mais lá. E finalmente se deixa levar pela dor. Assim, cria toda a realidade paralela de Westview, incluindo um Vision novinho em folha.
Mas o que significa isso? A Magia do Caos é a capacidade de alterar a realidade e a estrutura física das coisas. E significa que Wanda é muito, muito, muito poderosa. Isso pode levar a um embate com Agatha no último episódio. Ou não. Pode ser que Agatha queira ajudar Wanda a domar melhor seus poderes, para poder usá-los efetivamente. E se beneficiar deles.
E isso parece significar também que Westview é, sim, uma obra de Wanda, e não um trabalho de Agatha, como a divertida música do episódio anterior parecia sugerir. Ou mesmo de alguém manipulando Agatha. Claro que tudo pode mudar no último episódio, porque, afinal, Marvel.
“Nos Capítulos Anteriores” também deixou claro que, ao contrário do que Tyler Hayward disse, Wanda não roubou o corpo de Vision, mas criou o novo Vision espontaneamente. A cena pós-crédito explica melhor. Nela, o laboratório da S.W.O.R.D. usa um pouco da energia de Wanda para “reviver” Vision. Só que agora ele está pálido, despido da cor vermelha. É um androide. Taí o Projeto Catarata mencionado anteriormente.
Haverá um embate de Vision vermelho x Vision branco no último episódio? Provavelmente, agora que WandaVision deixou para trás seu passado de sitcom para abraçar sua origem Marvel.
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