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‘Water, please’, fãs suplicam por água em show da Taylor Swift; leia relato de repórter do ‘Estadão’

Público gritava por água, deitava no chão e escrevia apelos para a cantora na tentativa de matar a sede durante apresentação no Engenhão, no Rio; jovem de 23 anos morreu antes da apresentação

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Foto do author Daniel  Weterman
Atualização:

Eu estive no primeiro show da The Eras Tour, da cantora Taylor Swift, no Brasil, assim como mais de 60 mil pessoas. De dentro do Estádio Nilton Santos, o Engenhão, foi possível ver emoção, choro e desespero por um copo de água. A morte da jovem Ana Clara Benevides, de 23 anos, chocou a artista e os fãs na noite de uma apresentação histórica -, mas muito difícil.

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Todo mundo foi proibido de entrar com água no estádio. Na portões de acesso, havia lixeiras e as pessoas eram obrigadas a jogar fora as garrafinhas. Ou tomava antes, ou jogava tudo fora ou não entrava. Na fila, integrantes da organização avisavam que também não era possível entrar com leques, objeto levado para amenizar o calor.

Muita gente ficou lá dentro por mais de seis horas, contando entre a abertura dos portões e o fim da apresentação. Com um calor intenso e sensação térmica de 60º, a água se tornou um item escasso e disputado entre o público. Dentro do estádio, só havia água para vender antes do show de Taylor. Durante a apresentação, era impossível ver alguém vendendo o produto.

Show da cantora Taylor Swift no Estádio Nilton Santos.  Foto: Alexandre Cassiano/O Globo

Entre uma música e outra, o grito de “água” era o que mais se ouvia. As pessoas pediam para matar a sede e levantavam as mãos quando viam alguém da segurança ou da equipe de apoio. Muitas sentavam, deitavam no chão, paravam de aproveitar o show e tinham de sair por estarem passando mal de tanto calor, sede e cansaço.

A água só começou a ser distribuída quando a própria cantora fez apelos de cima do palco. Ela parou a performance e levantou do piano quando viu um grupo de pessoas pedindo água com um letreiro digital no celular. Taylor Swift pediu desculpas aos fãs. “Se alguém diz que precisa de água quando está fazendo esse calor, é porque realmente precisa”, disse.

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Do lado esquerdo do palco, a poucos metros da grade, uma fã usou o letreiro digital para escrever “water please (água, por favor)” enquanto a artista cantava All Too Well (Tudo muito bem). Taylor sinalizou e logo depois jogou uma garrafa de água para a menina, que escreveu “thank you (obrigado)”.

As pessoas ao redor chegaram a brigar pela garrafa e se revezaram para tomar a água, em um ato de desespero para matar a sede misturado à vontade de tocar em um objeto jogado pelo ídolo.

Ana Clara Benevides, 23 anos, morreu após passar mal dentro de estádio. Foto: Reprodução/Instagram/@acbenevidesm

Os fãs comemoravam o fato de participar do primeiro show da turnê no Brasil. A cantora só havia estado no País em 2012, para um pocket show, e começou a apresentação emocionada pela homenagem feita no Cristo Redentor na noite anterior. Dentro do estádio, as pessoas trocavam pulseiras entre si - uma prática dos fãs para representar amizade. A notícia da morte de Ana Clara Benevides, de 23 anos, não circulou dentro do show e só foi confirmada depois que as pessoas saíram do Engenhão.

Houve solidariedade para distribuir água para quem estava passando mal. A dificuldade era que os copos só chegavam para quem estava na grade, e mesmo assim não era suficiente para todo mundo. O jeito foi passar de mão em mão para amenizar a situação. A própria cantora demonstrou cansaço no final do show, suando após uma sequência de coreografias e troca de figurino em meio ao calor. No final, agradeceu e saiu sorrindo.

A T4F, organizadora do evento, publicou comunicado informando que promoverá “fornecimento de água gratuita nas filas e em todos os acessos e entradas ao estádio e no seu interior”. Em uma terceira nota, a T4F disse que será possível entrar com garrafa de plástico flexível.

“ATUALIZAÇÃO: garrafas plásticas flexíveis também serão autorizadas no acesso. É vedado qualquer outro material como metal, alumínio e garrafas térmicas”, disse a equipe da empresa ao Estadão.