A compra da Drogão pela Drogaria São Paulo, que deu origem à maior rede de farmácias do Brasil, no final de junho, recolocou na ordem do dia o processo de concentração e consolidação do setor, que movimenta R$ 30 bilhões por ano. Até há pouco dominado pela informalidade, o ramo de farmácias e drogarias começou a se tornar mais atraente para os investidores de dentro e fora do setor, à medida que instrumentos como a nota fiscal eletrônica foram sendo implantados, reduzindo a sonegação. "A formalização da atividade, eliminando a concorrência desleal, deu margem às grandes redes para ganhar dinheiro com a atividade", diz Julio Mottini Neto, vice-presidente de marketing e operações da Panvel, a principal rede de farmácias do Sul do País, sediada em Porto Alegre. Não por acaso, a Panvel, com 270 lojas espalhadas pelos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, dona de um faturamento que chegou a R$ 1,1 bilhão no ano passado, é considerada um alvo perfeito em ocasiões como a atual. "Não adianta nos procurar", afirma Mottini Neto. "Simplesmente, não estamos à venda e nem sequer cogitamos essa possibilidade."Na verdade, garante ele, embora seja lembrada, raramente a Panvel, sétima no ranking de vendas nacional, é consultada formalmente. "Quem quer comprar geralmente está de olho em empresas em dificuldades, depreciadas", diz. "Nosso desempenho acaba desestimulando quem está atrás de pechinchas e nos permite continuar caminhando com nossas próprias pernas." Segundo ele, há seis anos consecutivos as receitas e a lucratividade da Panvel vêm crescendo a cada trimestre. Em 2009, o faturamento aumentou a despeito da crise, ao mesmo tempo em que o lucro chegou a R$ 48 milhões. Uma das duas únicas empresas do setor listadas em Bolsa (a outra é a paulista Drogasil), a Panvel, criada em 1973, é controlada pelas famílias gaúchas Pizzato, Weber e Mottini. O pai do executivo, o advogado Júlio Mottini, é o presidente do grupo. Um importante acionista minoritário é o Investidor Profissional, um gestor de recursos do Rio de Janeiro.Expansão. Um dos segredos da Panvel é reinvestir os lucros, bancando o crescimento com recursos próprios. Este ano, está prevista a abertura de 25 novas lojas - dez delas já começaram a operar no primeiro semestre. "Vamos terminar o ano com 285 unidades", diz. Para 2011, a intenção é ampliar a abrangência regional da rede, que passará a atuar no Paraná, com a inauguração de cinco lojas em Curitiba. Ao mesmo tempo, o Estado parece ser o limite geográfico para a expansão. "Não planejamos subir para o centro do País, pelo menos por enquanto", diz o executivo. "Preferimos ser os melhores nos mercados que conhecemos bem." Solteiro, 37 anos, formado em economia, Mottini Neto aposta no crescimento orgânico como forma de dar musculatura à Panvel, que emprega 3.700 funcionários. Em 2009, a rede chegou a ter 70 franqueados, mas desistiu pela dificuldade em manter o padrão de qualidade. Por motivos idênticos, está descartada a aquisição de redes menores. A ideia é transformar o Sul numa espécie de fortaleza da Panvel, inibindo a entrada dos grandes grupos do Sudeste, cuja presença é quase um traço, regionalmente. "O varejo gaúcho desenvolveu um padrão de atendimento que, para quem vem de fora, é difícil acompanhar", afirma.Fidelidade é o nome do jogo. E esse tipo de mercadoria parece não faltar na Panvel: mensalmente, 2,5 milhões de consumidores passam pelas lojas do grupo. Destes, 1,1 milhão são portadores do cartão Panvel, que concede aos clientes que compram medicamentos pontos que podem ser utilizados na aquisição de produtos de beleza. É nesse capital que a Panvel ancora seus planos para o futuro. Para este ano, a previsão é de um crescimento das vendas de 15%, o que não deixa de ser um indicador expressivo. "O mercado está aquecido, programas como o Farmácia Popular estão favorecendo o consumo da classe C, que já pode cuidar melhor da saúde", afirma Mottini Neto. Mas não espere saltos mirabolantes na trajetória da Panvel, avisa. "Dificilmente teremos taxas de 25% ou 30% ao ano", diz o executivo. "Nosso lema é crescer devagar e sempre."ABDR promove caça a piratas digitais A reprodução de obras literárias pela internet sem autorização das editoras, a chamada pirataria digital, está adquirindo tanta importância para o mercado livreiro que levou a Associação Brasileira dos Direitos Reprográficos (ABDR) a uma caça a seus responsáveis. Desde agosto do ano passado, quando a ação teve início, a ADBR já encontrou cerca de 40 mil links nos quais era possível baixar o conteúdo integral de obras literárias.Mais de 90% deles foram retirados da rede após a notificação extrajudicial da ADBR. O balanço do primeiro semestre de 2010, em que 24.365 links foram encontrados, apurou os maiores prejudicados: a editora GMT, com 3.060 links, seguida pela Saraiva e Record, com 1.973 e 1.537 endereços, respectivamente.Brasileiro falará do plano de Obama na ABTA 2010O brasileiro Carlos Kirjner, que teve uma participação decisiva na formulação do plano de universalização da banda larga do governo do presidente Barak Obama, será uma das atrações da ABTA 2010, Feira e Congresso, marcado para os dias 10, 11 e 12 de agosto, em São Paulo. Promovido pela Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), o evento debaterá o Plano Nacional de Banda Larga. Kirjner participará do painel "A explosão da banda larga", que terá ainda como debatedor o presidente da Telebrás, Rogério Santanna.Nos Estados Unidos, Kirjner atuou como assessor de Julius Genachowski, chairman do FCC (Federal Communications Commission, o órgão regulador do setor de comunicações americano), e foi o coordenador do documento de 400 páginas enviado ao Congresso Americano em março deste ano. O documento estipula uma série de metas a serem alcançadas pelas empresas americanas, com o objetivo de oferecer, entre outras vantagens, banda larga real (acima de 4 Mb por segundo) a todos os cidadãos americanos até 2020. Ao contrário do que está sendo cogitado no Brasil, o plano de Obama não prevê a criação de nenhuma estatal para sua implementação. Anteriormente, Kirjner fez carreira como consultor da McKinsey e executivo da Verizon.Setor cresce com aumento do empregoO aumento de emprego com carteira assinada está aquecendo o setor de vale-transporte. A comercializadora e distribuidora de vale-transportes VB Serviços, de São Paulo, anotou alta de 15% no seu faturamento no primeiro semestre sobre igual período do ano passado. Segundo André Martins, presidente da VB Serviços, a expansão do transporte público, sobretudo no sistema de trilhos de São Paulo, também favoreceu o mercado. "O sucesso desse setor depende muito da escala", diz Martins. Há 14 anos no mercado, a VB lidera o setor com 46% de participação, tem 35 mil clientes empresariais e 1,2 milhão de usuários mensais. No ano passado, a empresa faturou R$ 1,6 bilhão e deve fechar o 2010 com faturamento de R$ 2 bilhões. Blue Tree começa a operar em ManausO Blue Tree, da empresária Chieko Aoki, inaugurou na semana passada um hotel em Manaus, a 23ª unidade da rede no País. Com 163 apartamentos e focado no mercado corporativo, o Blue Tree Premium Manaus, que recebeu investimentos da ordem de R$ 25 milhões, está voltado à hospedagem e realização de eventos executivos de nível gerencial. Segundo Chieko, Manaus, primeira cidade da região Norte a abrigar um hotel da bandeira, é considerado um destino estratégico para o Blue Tree. "A prorrogação da Zona Franca, que proporciona isenção de impostos às importações, amplia ainda mais a importância econômica da cidade, que é um polo gerador de renda e emprego", afirma Chieko. MimosR$ 4,5 bi é o que movimentou o setor de brindes no Brasil, em 2009, segundo organizadores da 17ª Expo Bríndice, que acontece dias 20, 21, 22 e 23 de julho, em São Paulo
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