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A regra prejudica investimentos?

Leia a resposta da equipe econômica para a pergunta da economista Vilma Pinto, da FGV-RJ, sobre a PEC do Teto

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Por Redação
Vilma Pinto, economista Foto: Divulgação

Vilma Pinto, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas:

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“É importante frisar que o investimento público é uma variável importante para promover o crescimento. Mas é a primeira rubrica que se corta quando você precisa conseguir recursos adicionais. O investimento já vem sofrendo cortes desde 2014. Está num nível muito baixo e vai entrar no teto previsto na PEC já menor do que era. Vamos lembrar que a PEC não será alterada nos 10 primeiros anos. Então, serão dez anos sem a possibilidade de fazer uma política de ampliação de investimentos, ainda que ocorra uma recuperação da economia mais rápida e se gere folga na receita adicional para isso. A minha preocupação é essa: afinal, como está, parece que a PEC do Teto prejudica o investimento.”

Resposta da equipe econômica:

O investimento público passou de R$ 77,5 bilhões (1,4% do PIB), em 2014, para R$ 55,5 bilhões (0,9% do PIB), em 2015. O investimento deve ficar próximo ao seu valor de 2015, mas isso não será problema por pelo menos quatro motivos.

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Primeiro, parte do corte de investimento seria normal ocorrer, como no caso do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) que, em 2014, teve um programa de compra de tratores e caminhões que eram doados aos municípios. Esse programa terminou e o governo economizou mais de R$ 5 bilhões.O Ministério da Educação também teve corte do investimento em 2015, mas neste e nos próximos anos o importante é ter despesas de custeio para operacionalizar os investimentos (novas universidades e escolas técnicas) que foram construídas nos últimos cinco anos.

Segundo, parte do que era considerado investimento público (rodovias, aeroportos, etc.) passará agora a ser inversão privada, com as concessões ao setor privado. Assim, seria natural que houvesse uma redução do investimento do setor público. Terceiro, pela regra da PEC 241, sempre que o resultado primário foi maior que o projetado, o governo poderá utilizar o excesso de superávit primário como extra teto para pagar os chamados restos a pagar. Como o maior saldo de restos a pagar é em investimento, naturalmente o investimento público será beneficiado por essa regra no caso de crescimento maior da receita e do resultado primário, já a partir de 2017.

Quarto ponto é que a regra do crescimento real zero da despesa primária do governo central não é por 20 anos. Essa regra é por 10 anos e poderá ser alterada, a partir do décimo ano, quando se espera que a dívida pública já esteja em uma trajetória de queda e o superávit primário acima do governo central acima de 3% do PIB. Dessa forma, poderá ser revisada para, por exemplo, dar prioridade ao crescimento do investimento público ou outras despesas.

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