Em SP, etanol já está 44% mais barato que a gasolina

Segundo especialistas, álcool passa a ser vantajoso no bolso do motorista quando o preço está 70% do preço cobrado pela gasolina

PUBLICIDADE

Publicidade

Ao chegar no posto de gasolina na zona norte de São Paulo, o taxista Yuri Karpawcius se deparou com a gasolina a R$ 3,689 e o etanol em R$ 2,369. Como tem feito, sobretudo nos último meses, escolheu abastecer seu automóvel com etanol. "Apesar de ter sentido aumento nos preços do combustível, de uns meses para cá senti uma diminuição de 30 a 40 centavos no preço do etanol", diz. Assim como São Paulo, abastecer o veículo com álcool já é mais vantajoso do que com a gasolina também em Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, segundo o último levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), entre os dias 29 de abril e 5 de maio.

+ Preço do etanol cai e espera-se maior demanda

O preço encontrado por Yuri é mais baixo do que a média registrada em São Paulo, de R$ 2,656 para o litro do álcool, mas ainda acima do menor preço registrado pelo levantamento da ANP no Estado, R$ 2,099. São Paulo tem os preços mais baixos do Brasil.

O taxista Yuri Karpawcius se deparou com a gasolina a R$ 3,689 e o etanol em R$ 2,369 em posto na zona norte de SP Foto: Daniel Teixeira/Estadão

PUBLICIDADE

Na média entre os postos, novamente São Paulo,principal região produtora e consumidora do País, leva vantagem para o restante do Brasil, com preço de R$ 2,656 para o litro do álcool, diferença de 66,32% na comparação com o preço da gasolina. E o Rio Grande do Sul é onde se viram os maiores preços na bomba, de R$ 4,06 o litro. 

+ Carga tributária complexa estimula sonegação e fraude no setor de combustíveis

O motorista Miguel Yoshinaga, além de optar pelo álcool, também está em busca do menor preço. Ao passar por um posto na capital e encontrar uma diferença de quase 10 centavos de onde costuma abastecer, resolveu completar o tanque. "Sempre preferi álcool, apesar de falarem que às vezes não compensa, para mim sempre compensou", diz.

O motorista Miguel Yoshinaga encontrou álcool 10 centavos mais barato em um posto da capital paulista e parou para abastecer Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Para donos de carros bicombustíveis, o etanol é mais vantajoso economicamente se o preço não ultrapassar 70% do valor da gasolina na bomba. Para descobrir o que vale mais a pena, o consumidor precisa fazer uma conta simples. Como o etanol tem em média 70% do desempenho da gasolina, o motorista precisa pegar o preço da gasolina e multiplicar por 0,70.+ BR Distribuidora vê mercado de combustíveis mais equilibrado em 2018

Por exemplo, se a gasolina estiver a R$ 3,50, ao multiplicar por 0,70 o resultado será de R$ 2,45 o litro. Dessa forma, compensa abastecer o tanque com álcool se o litro no posto for R$ 2,45 ou menos.

Publicidade

O valor médio em São Paulo tem uma diferença de 66,32% na comparação com a gasolina. No Estado do Mato Grosso, o etanol hidratado é vendido em média por 68,76% do preço da gasolina e, em Minas Gerais, em 68,30%. Já em Goiás, o hidratado é vendido em média por 63,64% do preço da gasolina. Os preços médios dos estados são de R$ 2,908 (MT), R$ 3,075 (MG) e R$ 2,780(GO).+ Veja como fazer seu carro gastar menos combustível

O diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, explica que a cotação do etanol hidratado caiu 46 centavos nas usinas, o que representa uma queda de 22 centavos na bomba. Na média de São Paulo, segundo ele,  a paridade entre etanol e gasolina está em 65%, o que representa R$1,36 por litro na média, mas os preços locais estão sujeitos à aspectos locais.

De modo geral, segundo ele, a safra atual é uma safra onde o etanol voltou a ganhar competitividade, pois o preço da gasolina tende a se estabilizar, o que estimula a produção de etanol no lugar de açúcar.

"A maior quebra vai ser no açúcar. Com a competitividade frente a gasolina, o etanol está num nível de remuneração melhor do que o açúcar", diz. Segundo ele, o Brasil vai reduzir a produção de açúcar em 5 milhões de tonelada e todo caldo que não vira açúcar deve virar etanol, o que pode gerar uma oferta de 3 bilhões de etanol.

Publicidade

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.