A área de análise do ABN Amro Bank acredita que a Petrobras e a argentina Perez Companc serão as companhias que mais se destacarão dentro do setor de petróleo na América Latina em 2001. Os analistas Myles McDougall e Gilberto Nagai explicam, em estudo divulgado recentemente, que o ritmo de crescimento da produção das duas empresas justificam o otimismo. Eles destacaram ainda que a escala crescente de exploração e de novas descobertas de poços de petróleo pela Petrobras coloca a companhia em uma posição favorável em relação ao aumento da concorrência no mercado brasileiro, com a abertura do setor para exploração por empresas estrangeiras. De acordo com as projeções dos analistas do ABN Amro, a ação da Petrobras é uma das mais baratas dentro do segmento. Eles estimam um preço-alvo de US$ 38,50 por ADR da Petrobras - sem prazo definido para que essa meta seja atingida - , o que equivale a cerca de R$ 75,00 por ação. Isso corresponde a um potencial de valorização de 37,8% sobre a cotação do ADR em 12 de janeiro. O ABN Amro aposta na redução dos preços do petróleo no médio e longo prazo, mas acredita que a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) não permitirá que o barril recue para menos de US$ 20,00 este ano. Preço do barril do petróleo reforça boas perspectivas para o setor A instituição projeta um preço médio de US$ 25,50 por barril em 2001, caindo para US$ 22,50 em 2002 e US$ 18,50 em 2003. McDougall e Nagai afirmam no estudo que essas projeções reforçam a boa expectativa para o setor este ano. No entanto, eles acham que as cotações dos papéis do setor não serão orientadas simplesmente pelo preço do petróleo, mas principalmente pela percepção do mercado sobre a habilidade da Opep em equilibrar a balança entre consumo e demanda e, desta forma, manter o preço do barril em níveis aceitáveis. No relatório, os analistas do ABN Amro recomendaram também a manutenção em carteira das ações preferenciais da Ipiranga Petróleo. Eles lembraram que o Grupo Ipiranga continua sendo um forte candidato para aquisições por outras companhias, mas ainda há muita indefinição sobre o destino da empresa.
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