O anúncio da demissão do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na noite desta terça-feira, 14, fez as ações da estatal despencarem após o fechamento do pregão em Nova York.
No pregão regular, fechado antes da divulgação da demissão, os American Depositary Receipts (ADR) da Petrobras, como são chamados os recibos de ações de empresas estrangeiras negociados nos Estados Unidos, fecharam em queda de 2%, cotada a US$ 16,69.
No “after hours”, período extra para negociar as ações após o fechamento do pregão, prática comum entre pequenos e médios investidores, os papéis da estatal brasileira aprofundaram as perdas e fecharam em queda de 7,59%.
Hoje, no Ibovespa, as ações da Petrobras caíram 2,74% (ON) e 1,80% (PN), tomando da empresa R$ 13,2 bilhões em valor de mercado.
A Petrobras confirmou que o presidente Lula vai indicar a engenheira Magda Chambriard para comandar a estatal.
A repercussão da saída de Prates tende a pressionar a abertura do mercado brasileiro nesta quarta-feira, 15, avaliam especialistas, citando não apenas a Bolsa como o câmbio. Para o economista Rodrigo Marcatti, CEO da Veedha Investimentos, a demissão “é uma sinalização ruim”, em momento no qual a Bolsa já sofre com os efeitos da saída de capital estrangeiro ao longo dos últimos meses.
“É preciso entender os motivos da decisão, e se ficar clara a motivação política, as ações da Petrobras vão sofrer muito nos próximos dias”, resume Pedro Lang, economista e sócio da Valor Investimentos. “O nome de Magda Chambriard, se vier a ser confirmado, tende a ser mal recebido pelo mercado”, acrescenta.
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