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Administração profissional esbarra no custo

Quantia investida também pesa no tipo de serviço

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Por Estadão Blue Studio
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Uma administração profissional da carteira de investimentos costuma ser interessante para aproveitar as melhores oportunidades do mercado. O problema, muitas vezes, é que tudo isso tem um custo. Mas a boa notícia é que a evolução recente do mercado brasileiro também tem mudado essa dinâmica a favor dos investidores.

“Com o crescimento do mercado via intensa educação financeira, associado à sofisticação da tecnologia – plataformas de investimento e consultorias –, o investimento nas diversas modalidades está muito mais acessível, reduzindo custos e permitindo que o investidor de qualquer porte tenha oportunidade de rentabilidade ou retorno que antes era privilégio de poucos”, considera Ricardo Martins, membro do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP) e economista da Planner CTVM.

Antes restrita a grandes patrimônios ou fortunas, a administração profissional de carteiras ou portfólios de investimento ganhou relevância com a maior disponibilidade de agentes de mercado e com o regramento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em defesa do investidor de menor porte. “Um serviço que se via apenas em bancos de investimento e corretoras de valores agora passou a ser oferecido por gestoras e consultorias autorizadas. Importante ressaltar que os profissionais envolvidos nessa dinâmica obrigatoriamente precisam estar capacitados mediante exames de Certificação e Credenciamento e posteriores renovações e atualizações com os Programas de Educação Continuada (PEC)”, destaca Martins.

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Divulgação Foto: Getty Images

Isabela Della Torre, sócia-fundadora do Grupo Solutions Wealth Management (SWM), concorda que o mercado financeiro brasileiro evoluiu muito nos últimos anos, principalmente em relação à forma de assessoria, consultoria e gestão do patrimônio de pessoas físicas, empresas e grupos econômicos. “Antigamente, para ter acesso a diferentes produtos, tínhamos que ter contas em diferentes bancos. Os custos eram impositivos, não se tinha transparência nem mesmo tanta informação para gerar competição entre os grandes players. Com a chegada das plataformas abertas e com o desenvolvimento tecnológico, a ‘democratização’ da informação e do acesso a produtos financeiros além da poupança passou a ser uma realidade.”

Uma das mudanças no cenário nacional, segundo Isabela, é a chegada dos “independent advisors”, função bastante difundida nas grandes economias. Nos Estados Unidos, por exemplo, segundo ela, o serviço é feito por profissionais com grande experiência no mercado. Eles buscam atender o cliente de forma personalizada e completa, fazendo todo o planejamento patrimonial do indivíduo ou da família. São pessoas que atuam de forma independente ou ligadas a um banco. “Aqui no Brasil não foi diferente. O modelo do antigo agente autônomo de investimento e atual assessor de investimento (após a norma CVM 178 - 2023) foi o grande passo para a disseminação desse modelo. Além dele, existem os próprios times comerciais internos de bancos, os consultores financeiros e os multi family offices”, explica.

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Também existem diferentes modelos de gestão de carteiras, segundo explica Jefferson Souza, especialista em investimentos da Semeare. O mais comum, segundo o especialista, é o Family Office. “Nesse caso, se cobra um percentual sobre o patrimônio investido pelo cliente.” Em um outro modelo, o da assessoria de investimento (AAI), a remuneração costuma ocorrer sob duas formas.

“A primeira, por meio da comissão paga nos produtos de investimentos, como o rebate de um percentual da taxa de administração”, diz. A outra maneira, segundo Souza, é por meio do fee fixo, que é cobrado sobre o valor em custódia na corretora, normalmente entre 0,5% e 1% a.a. O segundo modelo é muito comum no exterior porque elimina o conflito de interesse entre os assessores e os produtos que eles escolhem. Pelo modelo de comissão, corre-se o risco de o profissional escolher produtos com taxas mais altas.

“Quanto menor o patrimônio envolvido, menor a customização. Entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão podem-se buscar mais opções, é melhor”, explica Martins, do Corecon-SP. “As ferramentas das plataformas permitem escalar operações, o que ajuda na customização e na definição dos ativos que vão compor o portfólio”, ratifica Martins.

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