A estatal de petróleo de Abu Dhabi, a Adnoc, apresentou uma nova proposta pela Braskem, envolvendo o valor de R$ 10,5 bilhões por uma fatia na petroquímica, apurou o Estadão/Broadcast. A Novonor tem 50,1% das ações ON e 38,1% do capital total, enquanto a Petrobras tem 47% das ON e 36,1% do total. Pela proposta, a Novonor ficaria com 3% do total das ações. Os bancos credores da Novonor, que efetivamente têm as ações da Braskem em suas mãos — dadas em garantia por empréstimos concedidos à então Odebrecht — assim como a Petrobras e a própria Novonor receberam a nova proposta nesta quarta-feira.
Segundo pessoas a par do caso, a proposta feita pela Adnoc é de R$ 37,29 por ação, metade dos quais será pago à vista (cash) e a outra metade por meio da emissão de notas conhecidas no mercado internacional como PIK (paid in king) ao prazo de sete anos, com três de carência de juros. A taxa de juros das notas é de 7,25%. A oferta de R$ 37,29 por ação já representa o valor presente da proposta.
A proposta encaminhada aos envolvidos sugere uma intenção da Adnoc de realizar um controle compartilhado com a Petrobras na Braskem, para potencializar investimentos na petroquímica e colocar a Braskem em posição de liderança no setor petroquímico no mundo.
Ao mesmo tempo, a partir dessa parceira na Braskem, a Adnoc pretende buscar uma aliança estratégica com a petroleira brasileira a fim de expandir negócios na América Latina, região onde não tem presença relevante. O fato de ambas serem estatais é visto como positivo nessa operação, avalia uma fonte.
A Adnoc é a 12ª maior empresa produtora de petróleo do mundo e, ao comprar a Braskem, conseguiria ter uma petroquímica nas Américas, observa outra fonte. Tradicionalmente a Adnoc firma parcerias com empresas estratégicas, que proporcionem acesso a uma infraestrutura de mercado para crescer.
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