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Repórter especial de economia em Brasília

Lula tem fala bem recebida na Fiesp, mas desconforto continua sendo sobre futuro da política fiscal

Até aqui, foi a declaração mais importante na campanha eleitoral sobre temas da agenda econômica

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Foto do author Adriana Fernandes
Atualização:

Na reunião com empresários da Fiesp, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou o que a audiência queria ouvir naquela que é considerada, até aqui, a sua fala mais importante na campanha sobre temas da agenda econômica.

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O mercado está dissecando todas as sinalizações e os compromissos do ex-presidente assumidos na reunião.

Empresários presentes e lideranças do mercado financeiro gostaram de ouvir a promessa de que, se eleito, vai conduzir uma reforma administrativa – tema que não constava na lista de prioridades do PT para um novo governo. “Vamos ter de fazer uma reforma administrativa, sim”, garantiu Lula, que reforçou também a urgência da reforma tributária.

Até aqui, foi sua fala mais importante na campanha eleitoral sobre temas da agenda econômica  Foto: Nelson Almeida/AFP

A diferença entre as duas é que a reforma tributária está na lista de 10 entre 10 integrantes do partido como prioridade para um eventual terceiro mandato de Lula. Além disso, se conhecem mais os detalhes de como pensam os economistas do partido sobre as diretrizes para uma mudança no sistema tributário, que vai prever a tributação de lucros e dividendos e aumento da taxação dos mais ricos.

Já no caso da reforma administrativa, quase nada se sabe sobre o que pensa o comando da campanha. A Coluna do Estadão de quarta-feira, 10, deu umas pistas do que Lula pretende fazer: limitar os rendimentos ao teto do funcionalismo, medida afrouxada sob Jair Bolsonaro, propor equiparar salários do setor público aos do mercado privado e mudar só para os novos integrantes. Mas é muito pouco.

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Além das duas reformas, a sinalização para o agronegócio foi bem recebida após a aproximação da campanha do PT, via articulação do candidato a vice na chapa de Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin, com o setor. Essa movimentação foca no grupo do agro que precisa para os seus negócios que o País avance nas causas ambientais após o retrocesso nessa área do governo Bolsonaro.

Do lado da indústria, os empresários gostaram (é claro) do tema abordado de perda de importância da indústria e também quanto os importados chineses ocuparam do mercado brasileiro em detrimento da produção nacional.

Se a fala de Lula agradou, o mercado se ressente de Alckmin, que, ao menos em público, não vem marcando posição e sinalizações importantes para a agenda econômica – onde mais se esperava dele. A visão foi a de que “Alckmin foi o Alckmin”. Mas coube a ele na Fiesp falar sobre a democracia. Nos bastidores, se sabe que o ex-governador tem tranquilizado sobre o alcance dos ajustes da reforma trabalhista, que as lideranças do PT chegaram a falar em revogação. Apesar da boa recepção à fala de Lula, o desconforto continua sendo com as previsões genéricas, sobretudo para o futuro da política fiscal. Não basta Lula repetir que foi responsável fiscalmente quando governou o Brasil.