R$ 581,5 bilhões. Esse número não pode ser esquecido e deveria ser martelado cada vez que o governo de plantão lançar um novo programa com custo para as contas públicas. É a farra dos subsídios.
Essa dinheirama toda é o tamanho dos gastos que o governo federal teve com subsídios em 2022. Mais de meio trilhão de reais num único ano com subsídios tributários, creditícios e financeiros.
Nem todas as políticas vinculadas a esses subsídios são boas, eficientes e meritórias. Muitas já deveriam ter acabado, ou pior: nem começado.
Em Brasília, corre uma máxima: é fácil criar uma renúncia, incentivo ou subsídio, mas nunca consegue-se acabar com eles. Eles custavam 2,96% do PIB em 2003 e fecharam em 5,86% no ano passado. Mas a pressão é sempre por aumentar essa fatura, independentemente de quem esteja na cadeira de presidente da República. Vide o que acontece com a reforma tributária, que visa reduzi-los, mas tem sempre alguém querendo impor mais um.
O último desses incentivos acaba de sair do forno: estímulo tributário para a venda de carros, ônibus e caminhões com custo inicial de R$ 1,5 bilhão. Como dois mais dois são quatro, esse programa não ficará só nesse valor. Quando o teto for atingido e as vendas em alta, a prorrogação será quase certa. É só esperar logo mais. A história está ai para provar.
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