BRASÍLIA - O escândalo das arábias, que envolveu uma operação de agentes do governo Bolsonaro para entrar no Brasil ilegalmente com um conjunto de joias da famosa joalheria suíça Chopard, evidenciou a importância do trabalho de servidores públicos para fazer valer a legislação.
Mesmo sobre pressão de homens poderosos de Brasília para entregar as joias doadas pelo regime da Arábia Saudita, os servidores disseram não. Não uma vez, mas várias vezes. São servidores de Estado e não do governo de plantão.
A estabilidade desses servidores de carreira de Estado é o que deu proteção para todas as negativas.
O mesmo não aconteceu com o ex-secretário da Receita, Julio Cesar Vieira. Ele deixou suas digitais para pressionar pela devolução das joias.
Que fique claro que houve a opção aos envolvidos de tratar as joias como bens a serem incorporados ao patrimônio da União. A questão é que isso jamais foi feito. O militar da Marinha Jairo Moreira da Silva não embarcou num voo da FAB para Guarulhos para serem entregues à União.
Ironias da ex-primeira-dama Michele Bolsonaro nas redes sociais e tentativas do auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro de recontar o acontecido não vão se sustentar.
Os servidores trataram de documentar cada passo dos fatos revelados pela reportagem do Estadão.
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