Afif Domingos critica Super Receita e anuncia "impostômetro"

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Por Agencia Estado
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O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, voltou a criticar duramente a criação da Super Receita, medida anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visa fundir, em uma única estrutura, as Receitas Federal e Previdenciária. Para Domingos, não há nenhum ganho possível a ser tirado do novo projeto governamental. "A corporação da Receita aproveitou o momento, que pede um choque de gestão, para tirar da gaveta um projeto que objetiva apenas o aumento de poder da estrutura arrecadatória do Estado". O presidente da ACSP lembrou que 60% dos tributos recolhidos no País fica nas mãos da União o que, para ele, cria uma distorção nas relações de poder entre o governo federal, estados e municípios. "Essa centralização de poder leva à ineficiência que, por sua vez, leva à corrupção. Uma medida como essa só seria aceitável se viesse junto com uma simplificação dos processos de arrecadação". Mas, para Domingos, a simplificação não entre no rol de objetivos do governo ao criar Super Receita. "Simplificar, para eles, significa perder poder. Então, o que eles querem é ampliar o poder para arrecadar mais e gastar mal, como já acontece". Impostômetro Hoje, o Impostômetro - painel de contagem de tributos recolhidos instalado na sede da associação - vai registrar a marca de R$ 400 bilhões contribuídos neste ano. Segundo Domingos, o contador de impostos foi criado para dar a dimensão do que se paga de tributos no País. "Com o que se arrecada no Brasil daria para termos uma educação primorosa, um sistema de saúde ótimo e outros serviços excelentes, mas a verdade é que isso não ocorre porque o governo gasta mal. Queremos dar a dimensão de tudo isso para o cidadão." Domingos afirmou ainda que o Impostômetro visa criar uma nova consciência entre os cidadão que contribuem para a Receita Federal. "O cidadão tem que saber que o mensalão e o carro do Silvio Pereira saem do bolso dele. Queremos que o brasileiro passe de súdito à cidadão", finalizou.

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