O Banco do Brasil se prepara para colocar o Broto, sua plataforma digital de conteúdo e marketplace de produtos agrícolas, em nova rota de crescimento. Com o aval do conselho da BB Seguridade para fazer dela uma empresa, controlada por Brasilseg e BB, o banco passará a ter receita com a startup, com pacotes estruturados para empresas e agricultores. As metas para 2023 estão sendo definidas e o Cade (órgão regulador) tem de aprovar a nova estrutura, mas há plano de sair dos 50 mil produtores cadastrados até o fim de 2022 para 1,5 milhão em três a cinco anos, diz Renato Naegele, vice-presidente de Agronegócios do BB. O Broto deve fechar 2022 com R$ 1,25 bilhão em negócios, de R$ 2,5 bilhões desde sua criação, em julho de 2020.
Receita acompanhará base de usuários
Com 700 empresas vendedoras, o BB está formatando assinaturas com consultoria, anúncios e análises sobre vendas. Quer ampliar o número de empresas de forma “seletiva”, diz Naegele. Para os agricultores, a cobrança variará conforme o nível de acesso aos conteúdos.
Crédito facilitado e parceiros
O BB vem implementando mais tecnologias para “acoplar” operações do banco no sistema do Broto e, assim, avançar no financiamento das compras de correntistas e não clientes no marketplace – hoje, de 40% a 50% via linhas do BB. O Broto também quer atrair parceiros, como a Embrapa, que fornecerá conteúdos.
Esforço em dobro
Um dos principais obstáculos enfrentados pelas mulheres que trabalham com o agronegócio é ter sua capacidade profissional questionada, mesmo tendo melhor formação profissional. É o que revela a pesquisa “Mulheres e jovens no agronegócio”, conduzida pela Deloitte e antecipada à coluna. Entre as profissionais ouvidas, a realidade é percebida por 75% das mulheres entre 18 e 30 anos e por 37% entre aquelas acima de 31 anos.
Dinheiro suado
E não é só isso: 30% notam mais dificuldade no acesso ao crédito – 4% acreditam não obter as mesmas condições oferecidas para homens. E 11% delas só conseguem assistência técnica após indicação de um homem. Por isso, 76% defendem uma mudança na cultura organizacional das empresas do agro, seguida pela adoção de políticas e práticas inclusivas. A pesquisa será divulgada no 7.º Congresso Nacional das Mulheres no Agronegócio, nesta semana, em São Paulo.
Crescimento
A Decoy, agtech de biotecnologia que oferece soluções no controle de pragas para o mercado de saúde animal, quer aproveitar a expertise na pecuária. Em breve, lançará produtos biológicos contra carrapatos e bernes em bovinos e outros para a avicultura. Projeta, assim, dar um salto no faturamento de R$ 1,7 milhão este ano para R$ 6 milhões em 2023. “O aporte de R$ 9 milhões obtido em abril cobrirá parte do investimento”, diz a startup.
Adeus diesel
A Raízen inicia a substituição do diesel pelo biometano, combustível renovável feito a partir de resíduos da cana, no transporte que utiliza. Em fase de transição, a empresa converteu motores de três caminhões dos Parques de Bioenergia de Araraquara e Paraíso (SP), para gás natural veicular, um intermediário ao biometano que emite até 10% menos poluentes que o diesel. Hamilton Jordão, gerente de Soluções e Projetos Agrícolas, conta que os veículos híbridos operaram durante toda a safra com cerca de 30% do diesel substituído por gás, sem perda de performance.
Bem-vindo, biometano
Agora, a Raízen quer expandir o experimento com GNV para cem veículos em até duas safras e introduzir o biometano quando ele começar a ser fabricado pela empresa. A primeira planta deve ser inaugurada em 2023 e, até 2030, 39 usinas devem estar voltadas ao biocombustível. Além de reduzir o custo com o consumo de diesel, a mudança no abastecimento das frotas melhora o desempenho da empresa diante da política nacional de descarbonização, o RenovaBio.
Atraso em descarbonização às vésperas da COP-27
Às vésperas da COP-27, no Egito, o setor de biocombustíveis posterga as metas de redução das emissões de gases do efeito estufa para 2022. Antônio Thomé, pesquisador da PUC-Rio, diz que distribuidoras devem adiar o gasto com a aquisição dos Créditos de Descarbonização, pois o governo prorrogou o prazo de cumprimento das metas.
Montes vai à Ásia em busca de mercado para carnes
Marcos Montes, ministro da Agricultura, está com viagem marcada para a Ásia na primeira semana de novembro, onde buscará mais mercado para as carnes brasileiras. Entre os países visitados estão Coreia do Sul e Japão. Segundo a embaixada sul-coreana, as negociações para compras de carne bovina do País estão adiantadas./ CLARICE COUTO, TÂNIA RABELLO, SANDY OLIVEIRA e GABRIELA BRUMATTI
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