‘Assunto Carrefour deixa legado de que o País não aceitará desdém ao produto brasileiro’, diz Fávaro

Ministro da Agricultura destaca reação do governo e do setor privado e dá caso por encerrado

PUBLICIDADE

Publicidade
Foto do author Isadora Duarte

BRASÍLIA - O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, voltou a afirmar que o assunto Carrefour é caso encerrado. “Fizemos uma nota final do Ministério da Agricultura com o Ministério das Relações Exteriores, mas ficou um legado desse fato de que não aceitaremos que venham querer desdenhar ou desqualificar a qualidade dos produtos brasileiros”, disse Fávaro há pouco a jornalistas, após evento na sede da pasta. “Querem discutir protocolos, transparência, melhorias, certificações, estamos abertos. Agora, falar mal do produto brasileiro é comprar briga com o nosso País”, acrescentou.

Fávaro lembrou que a reação ao caso Carrefour não foi apenas governamental, partindo também do setor privado. “Os índices pesquisados nesses dias mostram que 82% da população brasileira aprovou a reação não somente do governo, mas do empresariado. Se (a carne brasileira) não serve para colocar na gôndola desta empresa na França, não serve para colocar aqui. Então o Brasil se uniu nesse tema, mostrando a força do nosso País e da produção segura de alimentos no Brasil”, observou o ministro.

Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, e outros integrantes do governo brasileiro reagiram à fala do CEO da varejista francesa Foto: Wilton Junior/Estadão

A crise entre a indústria brasileira de carnes e o Carrefour teve início há uma semana, quando o CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, comunicou em suas redes que a varejista se comprometeria a não comercializar carnes provenientes do Mercosul na França, independentemente dos “preços e quantidades de carne que esses países possam oferecer”, sugerindo ainda que os produtos não atendiam às qualificações do mercado francês. O governo brasileiro repudiou as falas, com várias declarações contrárias do Ministério da Agricultura e da Embaixada do Brasil em Paris, e pediu uma retratação pública de Bompard, o que ocorreu ontem, com o envio de uma carta do executivo francês ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Na carta, Bompard pediu desculpas pela confusão gerada pela agropecuária nacional e reconheceu a “alta qualidade” da carne brasileira.

O ministro destacou que os protocolos sanitários brasileiros estão entre os melhores do mundo, citando o exemplo de que o Brasil é um dos poucos países do mundo que não tem gripe aviária no plantel comercial. “Isso demonstrado não é discurso, não é retórica, é a prática. O problema ocorrido é que, para tentar desqualificar acordos comerciais, atacam a qualidade dos nossos produtos”, ressaltou.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.