O Brasil é o terceiro maior mercado produtor de sementes do mundo, atrás de Estados Unidos e China. Graças ao seu potencial genético e alta capacidade de produção, o País vem sendo procurado por empresas e produtores de nações localizadas principalmente na faixa de clima tropical para exportar sementes. Companhias nacionais já são especialistas em sementes forrageiras, usadas para formar pastos e alimentar o gado. O Brasil lidera esse mercado, que movimenta mais de US$ 1,4 bilhão (R$ 6,8 bilhões) ao ano.
Recentemente, o País obteve a equivalência dos sistemas de certificação de sementes para a Europa, abrindo um grande mercado para a produção nacional. Em 2019, pela primeira vez, sementes brasileiras de aveia preta foram exportadas para a França. A aveia preta é uma forrageira usada para melhorar a alimentação dos bovinos no inverno.
A Embrapa, que faz o monitoramento tecnológico de cultivares de forrageiras, é líder mundial na geração de cultivares (variedades) de forrageiras tropicais. A empresa mantém registro de 47 cultivares que podem ser comercializadas no País e no exterior. Os capins braquiária e marandu lideram um mercado que, só no Brasil, abastece 160 milhões de hectares de pastagens, sendo que 60% são pastos plantados. As duas gramíneas respondem por 70% da produção de sementes. Outras 47 empresas comercializam e podem exportar sementes de gramíneas tropicais do Brasil. A rastreabilidade permite conhecer a história e a trajetória de sementes e mudas até a chegada ao local de plantio. A certificação garante a qualidade e credibilidade do insumo.
Exportações sociais
As tecnologias brasileiras também são exportadas sem fim lucrativo, para ajudar no desenvolvimento da produção em países com populações vulneráveis. Por meio da Embrapa, o Brasil desenvolve projetos agrícolas estruturantes com países da África, fornecendo nossa tecnologia para alavancar as condições de vida de populações do continente africano.
As iniciativas incluem validação e transferência de tecnologias, fortalecimento de instituições de pesquisa e capacitação de profissionais. “Geralmente são projetos com um alto volume de recursos financeiros, com mais de dois anos de duração e voltados para o fortalecimento institucional”, informou a Embrapa.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.