‘Ninguém pensa em fazer ajuste fiscal com reformas tributária e do Imposto de Renda’, diz Haddad

Ministro também minimiza impacto de regulamentação das apostas e afirma que arrecadação estimada é de R$ 2 bilhões por ano, ‘muito aquém do que se imaginava’; previsão até então era de R$ 12 bilhões

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RIO - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira, 20, que as reformas tributária, em discussão no Congresso, e do Imposto de Renda, ainda a ser apresentada, não visam aumentar a arrecadação para auxiliar no ajuste fiscal.

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Sobre a segunda, que chamou de “reforma da renda”, Haddad disse olhar com cautela, por ter se tornado mais “complexa” que a reforma tributária. Há, também, segundo o ministro, um acordo entre o Ministério da Fazenda e o Congresso Nacional para não lotar a discussão pública e retirar o foco da reforma tributária, prejudicando seu protagonismo no Senado.

“Estamos com muita cautela em relação à reforma do Imposto de Renda. Não estou me adiantando em relação a essa reforma porque ela é muito complexa. Como foi menos discutida que a reforma do consumo, se tornou mais complexa”, disse.

Ministro também minimiza impacto de regulamentação das apostas e afirma que arrecadação estimada é de R$ 2 bilhões por ano, ‘muito aquém do que se imaginava’; previsão até então era de R$ 12 bilhões  Foto: Wilton Junior / Estadão

Ele acrescentou que uma reforma sobre a renda ainda requer amadurecimento da discussão. As afirmações foram feitas no lançamento de um pacote de microrreformas financeiras anunciado na sede da Fazenda no Rio.

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“Ninguém está pensando em fazer ajuste fiscal com reforma tributária nem com a reforma do Imposto de Renda”, disse o ministro. Segundo ele, as duas propostas têm de ser neutras entre si: “Se a gente melhorar a arrecadação com a reforma de renda, isso tem que nos permitir diminuir o imposto sobre o consumo”, disse.

“Ajuste fiscal está sendo feito com eliminação de gasto tributário, revisitando questões antigas e acabando com ‘penduricalhos’”, continuou, em referência a renúncias fiscais.

Questionado por jornalistas a este respeito, na saída do evento, Haddad disse haver atualmente renúncias equivalentes a 6% do PIB e encaradas como de baixo impacto social por sua equipe. Segundo ele, parte dessas renúncias estão sendo revisadas e tendem a aumentar a arrecadação.

MP das apostas

Haddad disse que a medida provisória que regulamenta negócios de apostas no País vai sair do papel, mas minimizou o impacto na arrecadação.

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“A MP das apostas vai sair, mas a receita estimada com isso é menor que a do setor e a da Secretaria de Reformas. A arrecadação com apostas vai para o orçamento com previsão baixa”, disse. “Estimamos algo na casa de R$ 2 bilhões por ano (de arrecadação), muito aquém do que se imaginava”, completou.

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