Ao redor do mundo, em vez de paz, parece que nós temos guerras como substituto. E em todas as partes, muitas nações divididas internamente e comprometidas com soluções populistas. O globalismo não parece mais importar.
Nós acabamos de acrescentar assassinatos massivos de israelenses e ataques retaliatórios contra os palestinos aos registros em anotação. A liderança política se foi. Quase todo líder está confrontando uma população infeliz e ávida por aceitar diferentes políticas para confrontar desemprego, desigualdade e inflação e juros mais altos.
Nos Estados Unidos, os republicanos estão incapazes novamente até de eleger um presidente para a Câmara dos Deputados. Enquanto isso, sessões que discutem impeachment do presidente Biden não ocorrem. Igualmente, ainda há uma necessidade de lidar com o orçamento. O Congresso tem de reagir até 15 de novembro. Portanto, o tempo está passando — e rapidamente. Enquanto isso, Biden tem figurado 10 pontos porcentuais atrás de Trump em pesquisas recentes, mesmo que seus esforços práticos estejam funcionando bem.
No Brasil, Lula tem desempenhado melhor em manter o apoio do Congresso do que anteriormente antecipado. Mas isso tem relação mais à sua disponibilidade para suplementar distribuições para os parlamentares do que para o suporte do resultado orçamentário do PT para 2024. Manter os números sob controle nunca foi uma força desejada; ele até acaba de conseguir transferir mais de R$ 6 bilhões para um projeto de internet dirigido por Jorge Paulo Lemann. A questão maior é se o ministro da Economia, Haddad, realmente conseguirá evitar um revés quando buscar fornecer ao Brasil um déficit primário zero no orçamento em 2024, como ele prometeu continuamente.
Mas essas observações não são o que as pessoas estão comentando hoje, nem o serão nas próximas semanas. Este é o Oriente Médio. Parece haver três alternativas.
A primeira é uma estratégia eficaz para os Estados Unidos que possibilite o objetivo de derrotar o Hamas ao mesmo tempo que minimize o grau de destruição dentro de Gaza. Isso evita um conflito maior com o Irã, enquanto busca minimizar seu papel continuado no apoio do Hezbollah no Líbano. Um terceiro componente é a séria continuidade dos esforços de alcançar um envolvimento maior com a Arábia Saudita e a palestina Cisjordânia dentro dos Acordos de Abraão reconhecidos oficialmente por Bahrein e EAU.
A segunda é a posição da direita israelense, liderada vigorosamente por Binyamin Netanyahu, que testemunha o número massivo de mortes e sequestros de israelenses e busca o fim do Hamas e até a anexação de algum território, em Gaza e outros lugares. Em parte dos militares encontra-se algum apoio. Este grupo está obcecado com a necessidade de continuar a expandir sua extensão territorial.
A terceira é a antiga incapacidade dos palestinos de alcançar uma solução de dois Estados com fronteiras definidas e acesso garantido a educação e outros serviços sociais internos. Este grupo sente há muito a pressão de esforços fracassados de negociação desde os Acordos de Oslo, de 1993. Retornar para aquele processo e a garantia de um desfecho pacífico é desejável, mas algo improvável. Somente Jerusalém tem sido fonte de problemas que remontam às Cruzadas e a muito, muito antes.
Agora, numa era de armas nucleares, de computadores sofisticados, de uma complicada internet internacional suscetível a criminosos e habilidosas agências nacionais e de uma crise climática em aceleração, nós precisamos encontrar lideranças inteligentes em marcha.
Eu gostaria que isso fosse simples./ TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.