O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira, 24, que o Brasil não é problema para os Estados Unidos, em meio às preocupações com a política tarifária americana.
“A relação do Brasil com os Estados Unidos é secular. O Brasil não é problema para os Estados Unidos. Temos superávit na balança comercial, tanto no setor de serviços como no setor de bens. Os EUA têm déficit com o mundo, mas têm superávit de US$ 25 bilhões com o Brasil”, frisou, em participação remota no evento Rumos 2025, organizado pelo jornal Valor Econômico.

Alckmin lembrou que a tarifa final média de importações dos Estados Unidos pelo Brasil é de 2,7%. O presidente em exercício disse que conversou com o secretário de comércio dos EUA, Howard Lutnick, e que pontuou que os países deveriam aproveitar novas oportunidades.
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“São negociações que estão ocorrendo e defendemos o ganha-ganha. Os EUA são importantes para o Brasil, porque vendemos produtos de valor agregado. Nosso empenho é avançar nessas negociações”, disse.
Acordo Mercosul-UE
Alckmin disse que espera a complementação dos trabalhos para o acordo entre o Mercosul e a União Europeia ainda neste ano. Ele elogiou o papel do País no comércio exterior. “O Brasil tem tradição de não ter litígio com ninguém. Defendemos o comércio exterior, o livre-comércio, e celebramos o acordo entre Mercosul e UE”, afirmou.
O presidente em exercício ainda salientou que o papel do presidente Lula é ampliar as negociações comerciais. “O presidente está no Japão e uma das razões é o comércio exterior”, disse.
Alckmin também fez menções à China como o maior parceiro comercial do Brasil, sobretudo pelas exportações de commodities. “Produtos primários são importantes.” Como ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, ele destacou que a pasta está trabalhando para promover a desburocratização da indústria.
“Vamos aproveitar todas as oportunidades com EUA e China. A disposição do Brasil é fortalecer o comércio exterior”, reforçou.
Questão ambiental
Alckmin criticou a posição dos Estados Unidos em relação à questão ambiental. “A atitude (dos EUA) não é boa. A saída do acordo de Paris também não é boa”, disse. Em contrapartida, ele fez elogios à atuação ambiental brasileira e reiterou que o País tem e deve explorar as oportunidades nesta seara. “O Brasil é protagonista na questão ambiental”, reforçou.
O presidente em exercício ainda disse que o projeto Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que incentiva a sustentabilidade da frota automotiva, está sendo bem-sucedido. Segundo ele, as montadoras de automóveis investirão mais de R$ 100 bilhões no País.