A economia da zona do euro cresceu no primeiro trimestre com menos força do que se calculava, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira que aumentaram a preocupação com a saúde econômica da região. O Produto Interno Bruto (PIB) nos 15 países que usam o euro aumentou 0,7 por cento, afirmou o departamento oficial de estatísticas Eurostat, revisando o cálculo anterior de expansão de 0,8 por cento. O PIB da região cresceu 2,1 por cento em termos anuais, contra 2,2 por cento estimado em junho. "Ainda que o crescimento do PIB da zona do euro no primeiro trimestre tenha sido revisado ligeiramente para baixo, ele ainda impressiona", disse Howard Archer, economista-chefe do Global Insight. "No entanto, está claro que a performance foi inflada por uma série de fatores e superestima a força da economia." Mesmo assim, a revisão inesperada foi outro sinal de que a zona do euro está sendo afetada pela crise de crédito e pela desaceleração dos Estados Unidos após os problemas no mercado subprime (financiamento imobiliário de alto risco). A alta do euro e a queda da demanda dos consumidores em meio ao aumento da inflação também enfraquecem a economia da região. A economia vai sentir o impacto completo desses fatores no segundo trimestre, disseram analistas. "Estimo uma queda de 0,2 por cento do PIB ante o trimestre anterior, primeira baixa desde o o primeiro trimestre de 1996", disse Juergen Michels, economista do Citigroup. "Isso é por causa da turbulência do mercado financeiro, mas também reflete que a alta do euro tem algum impacto sobre a atividade na região, além do impacto da alta dos preços de energia sobre a demanda doméstica." O Eurostat revisou para cima em 0,1 ponto percentual o crescimento do quarto trimestre de 2007 --para 0,4 por cento ante o trimestre anterior e para 2,2 por cento em termos anuais.
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