EXCLUSIVO PARA ASSINANTES

Repórter especial de economia em Brasília

Análise | IR: Fazenda comemora alta da Bolsa e entende que projeto retirou o ‘bode na sala’ entre investidores

Pasta avalia que mercado se precipitou nos cálculos e que proposta deixou claro que não haverá impacto fiscal

PUBLICIDADE

Foto do author Alvaro Gribel
Atualização:

O Ministério da Fazenda comemora o dia seguinte da apresentação do projeto de isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, com a compensação da medida atingindo os contribuintes mais ricos do País.

PUBLICIDADE

A visão é de que houve uma boa recepção da medida por parte do mercado financeiro, e isso se reflete nos indicadores desta quarta-feira, 19. O Ibovespa subia 0,89% no meio da tarde, enquanto o dólar recuava 0,45%.

Segundo pessoas próximas ao ministro Fernando Haddad, o entendimento é de que houve, durante a fase de elaboração da proposta, uma leitura errada por parte dos investidores, com cálculos que excediam bastante o custo real da medida e com o ceticismo em relação às medidas de compensação.

Governo Lula enviou ao Congresso nesta terça-feira, 18, o projeto de lei que amplia a isenção do IR para quem ganha acima de R$ 5 mil mensais e, como compensação, propõe a taxação decontribuintes de alta renda. Foto: Wilton Junior/Estadão

Agora, com o envio do texto, a visão é de que o mercado compreendeu que a ideia da equipe econômica era mesmo entregar um projeto com custo fiscal zero – ou seja, sem perdas de receitas que pudessem aumentar o risco fiscal.

No mercado havia cálculos apontando perdas de até R$ 70 bilhões, mas o número da Fazenda foi revisado para R$ 25 bilhões, com compensação que pode chegar a R$ 34 bilhões. Isso teria sido suficiente para reverter esse quadro de insegurança entre investidores.

Publicidade

Enquanto o benefício vai englobar cerca de 10 milhões de contribuintes, a exigência de pagamento de uma alíquota mínima de IR vai atingir apenas 141 mil CPFs, todos de altíssima renda.

A percepção da pasta é de que o projeto também foi bem recebido pelo Congresso e pela população, de forma geral. O presidente da Câmara, Hugo Motta, no entanto, já sinalizou na própria cerimônia no Palácio do Planalto que o Legislativo fará alterações na proposta.

Análise por Alvaro Gribel

Repórter especial e colunista do Estadão em Brasília. Há mais de 15 anos acompanha os principais assuntos macroeconômicos no Brasil e no mundo. Foi colunista e coordenador de economia no Globo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para cadastrados.