A Amazon começará a testar drones que entregarão remédios na porta da casa dos consumidores. A empresa afirmou nesta quarta-feira, 18, que os clientes na cidade de College Station, Texas, agora podem receber medicamentos prescritos entregues por um drone dentro de uma hora após fazerem o pedido. O drone, programado para voar de um centro de entrega com uma farmácia, viajará até o endereço do cliente, descerá a uma altura de cerca de quatro metros e deixará um pacote acolchoado.
A Amazon afirma que os clientes poderão escolher entre mais de 500 medicamentos, uma lista que inclui tratamentos comuns para condições como gripe ou pneumonia, mas não inclui substâncias controladas. A divisão Prime Air da empresa começou a testar entregas por drone de itens domésticos comuns em dezembro passado em College Station e Lockeford, Califórnia. Jessica Bardoulas, porta-voz da Amazon, disse que a empresa fez milhares de entregas desde o lançamento do serviço e está expandindo para incluir prescrições.
Também nesta quarta-feira, a Amazon anunciou que lançará entregas por drone em um terceiro local nos EUA e em cidades na Itália e no Reino Unido até o final do próximo ano. A empresa disse que divulgará os locais exatos nos próximos meses. O Amazon Prime já entrega alguns medicamentos da farmácia da empresa em até dois dias. Mas o vice-presidente de farmácia do grupo, John Love, disse que isso não ajuda alguém com uma doença aguda como a gripe. “O que estamos tentando fazer é descobrir como podemos acelerar o processo”, disse ele.
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Vin Gupta, diretor médico-chefe da Amazon Pharmacy, afirma que o sistema de saúde dos EUA geralmente enfrenta dificuldades para diagnosticar e tratar rapidamente pacientes com doenças agudas, algo que ficou evidente durante a pandemia. Reduzir o intervalo entre o diagnóstico e o tratamento torna muitos tratamentos mais eficazes, disse. A Amazon não é a primeira empresa a explorar entregas de medicamentos por drone. A rede de farmácias CVS Health trabalhou com a UPS para testar entregas em 2019 na Carolina do Norte, mas esse programa foi encerrado, disse um porta-voz da CVS.
A Intermountain Health começou a oferecer entregas por drone em 2021 na região de Salt Lake City e tem expandido o programa, segundo Daniel Duersch, diretor de cadeia de suprimentos do sistema de saúde. A Intermountain está colaborando com a empresa de logística Zipline para usar drones que deixam pacotes por paraquedas.
Empresas que buscam usar drones para fins comerciais têm enfrentado obstáculos de reguladores que querem garantir que as coisas funcionem com segurança. O fundador da Amazon, Jeff Bezos, havia previsto há uma década que os drones estariam fazendo entregas até 2018. Mesmo agora, a gigante do comércio eletrônico está usando a tecnologia em um pequeno número de mercados.
Lisa Ellman, diretora executiva da Commercial Drone Alliance, um grupo da indústria do qual a Amazon faz parte, disse que, até o momento, as aprovações regulatórias têm sido limitadas a áreas geográficas específicas e “em termos de alcance e utilidade para as empresas”. No entanto, ela observou que os reguladores também têm emitido mais aprovações. No mês passado, a Administração Federal de Aviação (FAA) deu o aval para a Zipline e a UPS voarem com drones de maior alcance. O Walmart também tem trabalhado para expandir suas próprias entregas por drone.
Novo drone
Também na quarta-feira, a Amazon apresentou um novo drone chamado MK30 que, até o final do próximo ano, substituirá os drones que atualmente usa para entregar pacotes. A empresa diz que o novo drone voa mais longe, é menor e mais silencioso, e também tem capacidades de entrega aprimoradas. A Amazon afirmou que seus drones voarão a uma altitude de até 120 metros antes de descerem lentamente quando chegarem à casa do cliente. O drone verificará se a zona de entrega está livre de animais de estimação, crianças ou quaisquer outras obstruções antes de deixar o pacote em um marcador de entrega.
A Amazon vem expandindo sua presença na área da saúde há alguns anos. Além de adicionar uma farmácia, ela também gastou quase US$ 4 bilhões para comprar o provedor de cuidados primários One Medical. Em agosto, a empresa adicionou consultas de telessaúde por vídeo em todos os Estados americanos. / AP
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