A Americanas, em recuperação judicial, divulgou nesta quarta-feira, 28, que seu Conselho de Administração decidiu, por proposta da Diretoria e com a recomendação favorável do Comitê de Auditoria Estatutário, a substituição da empresa PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes (PwC) como auditoria independente pela contratação da BDO RCS Auditores Independentes Sociedade Simples Limitada (BDO).
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Assim, a BDO deve executar a auditoria das demonstrações financeiras do exercício de 2022 e o refazimento de demonstrações financeiras do exercício social de 2021, necessário em função do episódio de fraude comunicado pela companhia, bem como a revisão das demonstrações financeiras do exercício social iniciado em janeiro de 2023.
“A Americanas não faz qualquer julgamento acerca da natureza ou extensão da participação das empresas de auditoria no episódio. Entretanto, um maior aprofundamento nos trabalhos de apurações seria necessário para, desde já, assegurar a independência da PwC para seguir com os trabalhos de auditoria das demonstrações financeiras da companhia”, afirmou a companhia. “Dessa forma, devido à necessidade de apresentar demonstrações financeiras auditadas o mais brevemente possível, a companhia e seu Conselho de Administração decidiram pela rescisão do contrato com a PwC e imediata contratação da BDO.”
Em crise desde janeiro
A crise da Americanas começou em janeiro deste ano, quando a empresa detectou inconsistências de bilhões de reais em lançamentos contábeis, o que levou à saída do então presidente, Sérgio Rial. A companhia divulgou neste mês que documentos indicam que as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior, o que resultou no rombo bilionário na empresa, atualmente em recuperação judicial.
Um relatório da companhia indica a participação na fraude do ex-CEO Miguel Gutierrez e de outros seis diretores e executivos, todos já desligados da companhia. A defesa do ex-diretor José Timotheo de Barros, afirmou que o fato relevante da Americanas que informa as descobertas “contém inverdades e faz acusações que precisarão ser provadas”.
As provas disponíveis até o momento, segundo a empresa, não envolvem o conselho de administração nem os acionistas, incluindo os de referência Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
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