Americanas não descarta demissão e sindicato pede ajuda a ministro para ‘fiscalizar’ lojas

Em comunicado, companhia diz que no momento está focada na manutenção das operações, que tem um plano em curso e admite que haverá reestruturação

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Foto do author Márcia De Chiara

O pedido de recuperação judicial da Americanas, que tem 45 mil funcionários e é um dos maiores empregadores do País, pode resultar em demissões. Na quinta-feira (19), quando a empresa entrou com pedido de recuperação judicial, os funcionários receberam um comunicado que procurava contextualizar a situação da companhia e afastar riscos de atrasos nos salários e corte de pessoal.

Na pergunta sobre se haverá demissões, o comunicado esclarece que neste momento a companhia está focada na manutenção das operações. Em seguida, acrescenta que “um plano de estratégico de otimização dos recursos está em andamento para que decisões que garantam a sustentabilidade da companhia tenham efeitos em curto prazo.” No entanto, pondera que “em processos como esse, é comum que haja reestruturação”.

Ricardo Patah, presidente da UGT e sindicato dos Comerciários de São Paulo, pediu ajuda do governo para fiscalizar as lojas Foto: Werther Santana/Estadão

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Para o presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo e presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, o que está escrito nas entrelinhas é que poderá haver demissões. “A empresa não responde claramente a pergunta se vão ocorrer demissões, mas quem tem experiência sabe que o que está dito na última frase, que cita a reestruturação, é isso.”

Esta semana, Patah esteve em Brasília, onde participou de encontro dos dirigentes sindicais com o novo governo. Na ocasião, conversou com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e pediu para que tomasse providências junto às subdelegacias regionais para que as lojas da rede fosse m visitadas. A finalidade seria verificar se haveria alguma movimentação irregular. “Vamos antecipara ao máximo qualquer situação que por ventura possa ocorrer e levar ao desemprego.”

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Quando o Mappin, outra importante rede varejista entrou em crise, a companhia estava retendo o repasse das mensalidade dos funcionários para o sindicato, conta o sindicalista. Patah frisa, no entanto, que esse não é o caso da Americanas. Aliás, até hoje a empresa, segundo ele, nunca teve reclamações junto ao sindicato sobre desvio de função, hora extra ou qualquer outra irregularidade que geralmente ocorre no comércio.

Em seu site, o sindicato abriu um canal específico de comunicação com os trabalhadores da empresa para acompanhar e esclarecer as dúvidas. Patah diz que pleiteia um encontro presencial com a direção da Americanas na semana que vem. “Espero que não se repita o que houve com Mappin e Mesbla (importante rede varejista), afinal os donos da Americanas são os homens mais ricos do País.”

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