A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima que o deságio médio de 38,9% no leilão de transmissão realizado nesta sexta-feira, 16, se reverterá em cerca de R$ 5,8 bilhões de modicidade tarifária para os consumidores.
Os seis lotes arrematados por cinco empresas no certame resultaram em deságios que variaram de 15,05% a 50,73%. O menor deságio, porém, foi referente ao lote 6, que enfrenta uma contestação jurídica pela ISA Cteep, atual detentora da concessão que não concordou com a relicitação.
A Taesa foi a grande vitoriosa, após conquistar os dois maiores lotes ofertados e assumir investimentos estimados da ordem de R$ 2,2 bilhões, o que corresponde a mais de 60% do total negociado. A empresa conquistou os lotes 3 e 5, ofertando deságios de 47,97% e 34,21%, respectivamente. Particularmente no lote 3, o mais cobiçado do leilão, a empresa saiu vitoriosa após intensa disputa, com 17 rodadas a viva-voz.
Superou expectativas
André Patrus, gerente Executivo da Secretaria Executiva de Leilões, destacou a competição que houve com participação de vários players. “E os vencedores foram companhias sólidas, com bastante reputação de mercado, o que dá um sinal promissor de que os investimentos serão realizados de forma tempestiva, adequada.
O diretor da Aneel Hélvio Guerra afirmou que o leilão de transmissão superou as expectativas, que já eram elevadas. Ele destacou que a competição contou com muitos participantes mesmo em um momento de alta de juros, cenário que costuma travar investimentos.
“Claro que nós temos uma situação de subida de juros, mudança de governo, mas ainda assim tínhamos boa expectativa em relação à participação. A competição é sempre algo importante e isso foi demonstrado. Foram superadas as expectativas por conta da grande participação. Tivemos lotes com até 10 inscritos”, disse o diretor.
Representando o Ministério de Minas e Energia, o secretário adjunto da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético Frederico de Araújo Teles corroborou a avaliação, definindo o certame como exitoso. “A competição foi boa e teve um belo deságio”, disse.
Diferentemente do primeiro leilão de transmissão deste ano, em que a Eletronorte arrematou um lote, nenhuma empresa do grupo Eletrobras se sagrou vencedora, apesar de Eletrobras, Furnas, Eletrosul, Eletronorte terem disputado alguns lotes.
Para Hélvio Guerra, o grupo teve participação expressiva e o resultado se deve à grande competição do leilão. “Não teve pouca participação. Participaram Eletrobras, Furnas, Eletrosul, Eletronorte. O não vencer os lotes é resultado da competição. Nós atribuímos apenas ao efeito competição”, disse Guerra.
Furnas, por exemplo, apresentou a quinta melhor proposta para o lote 4, com um deságio de 37,58%. Na disputa pelo lote 2, a Eletronorte terminou com a terceiro melhor oferta, com um deságio de 25,54%.
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